O Rio de janeiro amanheceu chorando. A chuva que desce pode ser o pranto sobre um mundo desolado, mas ainda sim estou feliz. Casamento é felicidade (o do Diogo, meu irmão), apesar de que o mundo não grite isso, casamento ainda é o suspiro esperançoso sobre a vida em conjunto. Santos Dummont fechado para pousos e decolagens. Meus intestinos dão sinais da angústia que percorre o teólogo que não se refugia na “doutrinação” caótica de uma igreja arcaica. É verdade, faz quinze dias que estou descompensado intestinalmente, as dúvidas de duas perguntas que me foram feitas me assolam e me desregulam o intestino.
1 – Professor Osvaldo soltou essa na aula de teologia e método: “Como podemos pensar teologia, cristologia, eclesiologia, teísmo, deísmo no século XXI sem nos omitirmos do século XIX”? É, mais uma profecia “osvaldiana” se cumpre. A teologia se for levada a sério causa angústia e “meche com as tripas do indivíduo”. O bagulho é doido, rs... O século XIX abala a teologia e os alicerces da igreja de tal forma que o mais renomado teólogo do século posterior simplesmente se ilude na tentativa de impor a inexistência de um século inteiro. Desculpe-me Karl Bath, os “cavaleiros do apocalipse” existiram, e o preço da sua existência é a morte de “Deus” com todo o medievalismo que acompanhou o conceito simbólico “DELE”.
2 – Priscila, colega de seminário e futura “esposa de pastor” (rs...) perguntou-me curta e grossa: O que é pregação? É, mais uma vez sinto um barulho “surdo” do movimento peristáltico na extensão final cólon intestinal. Outra pergunta que meche com o interior do ser, me permiti passar esses quatro anos de formação encarando de forma mais sincera e visceral possível por esse tempo de formação teológico.
Para tais perguntas só me vêem à mente uma frase: “PEITO ABERTO, CORAÇÃO ESCANCARADO E CERTEZA DA DÚVIDA. E essa frase é de minha autoria. A única possibilidade de responder as duas é assumir que teologia é “vento no rosto”, no sentido de que é um caminho único e solitariamente seu. Ninguém vai à sua frente, todas as duvidas são suas e devem ser vividas até à próstata (palavra que no STBSB ganha a conotação de mais profunda intimidade possível ao gênero masculino).
Peito aberto na intenção obrigatória de assumir uma postura que seja realmente sua, e não falsamente implantada em sua mente como forma de doutrina “humanamente inspirada”.
Coração escancarado na intenção de se abrir sem a pretensão de ser o “representante legal” de Deus na Terra. Assumir o fato de que tanto a teologia como a pregação são “seus discursos” numa clara intenção de que em primeira instância o discurso possa atingir o autor do próprio discurso, e portanto apresenta com franqueza do “SER” apenas suas palavras. Dizer aos ouvintes ou leitores que são palavras suas, mas com uma intenção sincera de que esse discurso seja tão enfático no coração de quem escuta como foi no coração de quem proferiu o discurso, e que pode mudar. A teologia como a pregação é como o maná do deserto, não serve para a posteridade, mas é único e se renova com o profeta discursivo.
A certeza da dúvida por não ter a mínima certeza ou intenção de saber sobre a eternidade, mas se dar à pesquisa e à busca, com uma sinceridade avassaladora. “È dizer a cada instante: Não sei se Deus é esse símbolo que vos apresento, mas é, a mais sincera forma que busquei e que me arrebatou, portanto apresento-lhes ELE como"EU" o vejo”.
Como pensar isso em uma igreja não sei. Espero conseguir pensar e escrever isso em quatro anos. Meu consolo é que nem Bonhoeffer conseguiu (morreu ou foi morto antes de concluir sua teologia).
Enquanto isso apenas me entrego, em busca da razão e da fé. Deixa-me ir que está na hora do meu vôo, o aeroporto finalmente voltou a operar.
Thiago Barbosa
1 – Professor Osvaldo soltou essa na aula de teologia e método: “Como podemos pensar teologia, cristologia, eclesiologia, teísmo, deísmo no século XXI sem nos omitirmos do século XIX”? É, mais uma profecia “osvaldiana” se cumpre. A teologia se for levada a sério causa angústia e “meche com as tripas do indivíduo”. O bagulho é doido, rs... O século XIX abala a teologia e os alicerces da igreja de tal forma que o mais renomado teólogo do século posterior simplesmente se ilude na tentativa de impor a inexistência de um século inteiro. Desculpe-me Karl Bath, os “cavaleiros do apocalipse” existiram, e o preço da sua existência é a morte de “Deus” com todo o medievalismo que acompanhou o conceito simbólico “DELE”.
2 – Priscila, colega de seminário e futura “esposa de pastor” (rs...) perguntou-me curta e grossa: O que é pregação? É, mais uma vez sinto um barulho “surdo” do movimento peristáltico na extensão final cólon intestinal. Outra pergunta que meche com o interior do ser, me permiti passar esses quatro anos de formação encarando de forma mais sincera e visceral possível por esse tempo de formação teológico.
Para tais perguntas só me vêem à mente uma frase: “PEITO ABERTO, CORAÇÃO ESCANCARADO E CERTEZA DA DÚVIDA. E essa frase é de minha autoria. A única possibilidade de responder as duas é assumir que teologia é “vento no rosto”, no sentido de que é um caminho único e solitariamente seu. Ninguém vai à sua frente, todas as duvidas são suas e devem ser vividas até à próstata (palavra que no STBSB ganha a conotação de mais profunda intimidade possível ao gênero masculino).
Peito aberto na intenção obrigatória de assumir uma postura que seja realmente sua, e não falsamente implantada em sua mente como forma de doutrina “humanamente inspirada”.
Coração escancarado na intenção de se abrir sem a pretensão de ser o “representante legal” de Deus na Terra. Assumir o fato de que tanto a teologia como a pregação são “seus discursos” numa clara intenção de que em primeira instância o discurso possa atingir o autor do próprio discurso, e portanto apresenta com franqueza do “SER” apenas suas palavras. Dizer aos ouvintes ou leitores que são palavras suas, mas com uma intenção sincera de que esse discurso seja tão enfático no coração de quem escuta como foi no coração de quem proferiu o discurso, e que pode mudar. A teologia como a pregação é como o maná do deserto, não serve para a posteridade, mas é único e se renova com o profeta discursivo.
A certeza da dúvida por não ter a mínima certeza ou intenção de saber sobre a eternidade, mas se dar à pesquisa e à busca, com uma sinceridade avassaladora. “È dizer a cada instante: Não sei se Deus é esse símbolo que vos apresento, mas é, a mais sincera forma que busquei e que me arrebatou, portanto apresento-lhes ELE como"EU" o vejo”.
Como pensar isso em uma igreja não sei. Espero conseguir pensar e escrever isso em quatro anos. Meu consolo é que nem Bonhoeffer conseguiu (morreu ou foi morto antes de concluir sua teologia).
Enquanto isso apenas me entrego, em busca da razão e da fé. Deixa-me ir que está na hora do meu vôo, o aeroporto finalmente voltou a operar.
Thiago Barbosa
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