A arte de pensar livremente

A arte de pensar livremente
Aqui somos pretensiosos escribas. Nesses pergaminhos virtuais jazem o sangue, o suor e as lágrimas dos que se propõem a pensar com autonomia. (TeHILAT HAKeMAH YIRe'aT YHWH) prov 9,10a

quinta-feira, 14 de maio de 2009

O romântico "brasileiro" (Augusto dos Anjos é o Nietzsche brasileiro?)


VERSOS ÍNTIMOS
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Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera
-Foi tua companheira inseparável!
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Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
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Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
-
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
Outro clássico, me parece uma clara citação do "cientificismo" de Nietzsche ou Feuerbach. A mediocridade que vislumbra um homem totalmente orgânico, sem qualquer sobra pretenciosa de divindade ou metafísica.
Observando-se podemos notar influências "darwinistas" no poema, já que o vislumbre de que o homem seja um "animal comum" surge desse momento histórico. Creio que em poucos momentos da história um pensamento tão explicitamente biológico aponta para uma mudança perseptiva como em "A origem das espécies". Surge neste contexto o "darwinismo social", teoria deturpatória, que intenciona sobrepor culturas sobre outras culturas, utilizando-se de distorção das idéias de Darwin.
Agora busco coragem, para em breve falar sobre ELEs: Jean Baptist Lamarck, Charles Darwin, Alfred Wallace e Ernst Meyer.

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