A arte de pensar livremente

A arte de pensar livremente
Aqui somos pretensiosos escribas. Nesses pergaminhos virtuais jazem o sangue, o suor e as lágrimas dos que se propõem a pensar com autonomia. (TeHILAT HAKeMAH YIRe'aT YHWH) prov 9,10a

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Os Batistas e a Teologia SOCIAL. (se é que existe...)


(...)”Tenho um sonho que um dia esta nação levantar-se-á e viverá o verdadeiro significado de sua crença: “Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens são criados iguais.”
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Tenho um sonho de que um dia nas montanhas rubras da Geórgia os filhos dos antigos escravos e os filhos dos antigos proprietários de escravos poderão sentar-se à mesa da fraternidade.
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Tenho um sonho, que um dia o estado do Mississipi, um estado deserto, sufocado pelo calor da injustiça e da opressão, será transformado num oásis de liberdade e justiça.
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Tenho um sonho que meus quatro pequenos filhos viverão um dia numa nação onde não serão julgados pela cor da sua pele, mas pela qualidade de seu caráter.
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Tenho um sonho, hoje.(...)
Discurso de Martin Luther King, Jr. em Washington D.C., a capital dos estados Unidos da América, em 28 de agosto de 1963, após a marcha para Washington.

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O sonho americano, nesse momento era oculto pelo nevoeiro do preconceito, da intolerância. O breu da ignorância nos remetia a distorção da falta de conhecimento. Em minha medíocre opinião todo nesse momento e contexto, no que se remete à segregação racial ou intolerância étnica, é conscientemente formado pela deturpação de um conceito do sr. Charles Darwin.
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O darwinismo social surge no afã das ciências humanas se recomporem como pensamento evidente, já que o pensamento biológico e empírico se erguia como o novo titã epistemológico. “Os mais fortes sobrevivem, os mais fracos morrem”. Durante anos essa afirmação arregimentou e embasou o imperialismo, e não o faz até hoje?
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Esse é o conceito notado no discurso de Luther King, um grito de protesto, regado a choro, suor e sangue, ou não são sempre essas substâncias que regem o orgulho de sermos humanos? Sim, somos orgulhosos do choro que nos leva à rebeldia, do suor que apresenta a vontade internalizada de mudança e o sangue de nossas vidas como sacrifícios a uma causa. A causa somos nós, em essência somos o que motiva nosso viver. Se somos cristãos, o cristianismo deve nos motivar a viver.
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No curso de princípios Batistas vemos que esse documento foi escrito, curiosamente, no ano de 1964 e curiosamente também foi redigido pelos “BATISTAS DO SUL DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA”. O sul dos EUA que abriga o Mississipi, afamado estado exortado por Luther King.
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Puxa, que orgulho que deu ao ver que a denominação que digo pertencer um dia teve um notável envolvimento cívico, mostrando que os cristãos não são extra-terrenos assim, nem mesmo tão inertes como marxistas europeus pensaram desde o século XX.
“A igreja e o cristão, individualmente, tem obrigação de opor-se ao mal e trabalhar para a eliminação de tudo o que corrompa e degrade a vida humana. A igreja deve tomar posição definida em relação à justiça e trabalhar fervorosamente pelo respeito mútuo, a fraternidade, a retidão, a paz em todas as relações entre os homens, raças e nações.”(documento batista – Pacto & Comunhão)
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Enfim, o clamor de Martin Luther King rasga de alto a baixo os EUA e atinge, em cheio, os Batistas em suas concepções. Pena esses princípios não serem copiados por todos e, inúmeras vezes, ser esquecidos por nós.
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Thiago Barbosa

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