A arte de pensar livremente

A arte de pensar livremente
Aqui somos pretensiosos escribas. Nesses pergaminhos virtuais jazem o sangue, o suor e as lágrimas dos que se propõem a pensar com autonomia. (TeHILAT HAKeMAH YIRe'aT YHWH) prov 9,10a

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Leve crítica à santidade

Ser santo! Perfeição moral! São palavras que tomam peso à medida que passamos a ter consciência ou nos colocamos comparativamente diante de um padrão que, de certa forma, tem em si um vínculo com o espiritual, com o sublime, com o perfeito. Essas expressões passam a ser o objeto de desejo do religioso quando esse percebe sua insuficiência moral diante do Ser venerado.
O interessante é que ser santo se torna um objetivo, primeiro porque o individuo contempla o nível moral que se encontra provocando em si mesmo uma repulsa, segundo porque acredita que alcançando esse padrão mais elevado terá paz consigo e com a divindade. Não desprezo a importância dessa busca, não desvalorizo – não mesmo!
Penso que há dois pontos negativos dessa busca. Primeiro o individuo religioso se depara com a indisponibilidade da vontade com relação a todo e qualquer princípio que reprima a disposição natural do corpo. Sobre vem então a depressão quando a incapacidade sufoca a esperança de ser, de acordo com o sublime padrão. È aí que muitos de nós abandonam o barco do cristianismo, pois não alcançam os resultados que pela lógica cristã deveriam alcançar. Muitos desacreditaram que possa haver um milagre do novo nascimento e da santificação.

Em segundo lugar, penso que de forma ilusória e incorreta muitos cristão se auto afirmam santos. É um sentir bem curioso, e a meu ver, cômico, pois se cria uma camada protetora, um tipo de campo de força que separa o crente de toda e qualquer impureza. O indivíduo se sente um semi-deus diante do mundo e cria uma distancia entre ele, o “mundo” e os “ímpios”. Nós sempre ouvimos “lá no mundo... (como se vivêssemos fora dele!) os homens são ímpios!”

Para mim, há intrínseco nesses comentários uma soberba diabólica, um ar de superioridade diverge escancaradamente dos ensinos de Jesus.

Cristo foi humilde a ponto de se tornar homem, habitar entre nós e morrer pelos “ímpios” (grupo em que nós nos encaixamos muito bem!!!).

Nossa diferença em relação àqueles que não creem é simplesmente e somente essa: nós cremos!!

Fico com meu Teólogo preferido Jonathan Edwards quando resolve “não mais olhar o pecado de alguém sem antes ver que sou tão pecador quanto o mais pecador entre os homens”

Jonathan

Um comentário:

  1. Missionário Jonathan, suas linhas me edificaram muito...
    Deus continue o abençoando.

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