A arte de pensar livremente

A arte de pensar livremente
Aqui somos pretensiosos escribas. Nesses pergaminhos virtuais jazem o sangue, o suor e as lágrimas dos que se propõem a pensar com autonomia. (TeHILAT HAKeMAH YIRe'aT YHWH) prov 9,10a

segunda-feira, 18 de maio de 2009

O que é teologia? a primeira de várias perguntas paradoxais.

O que é teologia?
Me lembro desta que foi a primeira pergunta feita nesse nosso início de curso. Prontamente respondi mitocondrialmente:
É o estudo do que os homens assumem ou falam a respeito de Deus. Esta é uma visão que cada dia concordo mais, assume em sua essência a incopetência humana de se assumir como conhecedor das verdades "divinas". Três frases me chamaram atenção naquela que foi minha primeira duvida. Aqui as exponho, na esperança de que possamos refletir a cada dia a respeito do que seremos.
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As pessoas frequentemente reclamam que há evidências insuficientes sobre Deus e o Cristianismo, mas a bíblia diz que eles já conhecem sobre esse verdadeiro Deus, mas apenas estão suprimindo esse conhecimento, pois recusam reconhece-lo e adora-lo. O problema não é uma falta de evidência, mas uma série de pressuposições artificialmente manufaturadas que suprimem a evidência sobre Deus. (VICENT CHEUNG – Confrontações Pressuposicionalistas).
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Afirmar que a Bíblia possui autoridade absoluta não é dizer que minha interpretação da Bíblia é absoluta. Nós todos vemos o texto condicionados por nossa cultura, história, educação, experiência e muito mais. Ao formar uma doutrina bíblica básica, eu já estou a um passo de distância do texto. Eu abordo o texto em minha própria língua, utilizando conceitos com os quais já estou familiarizado, a maioria deles através da minha experiência. Posso ter o Espírito Santo me guiando, mas ainda não estou livre da natureza pecaminosa. Minhas perguntas (e as respostas que procuro) são nutridas dentro de molduras teológicas de acordo com os entendimentos dos cristãos ao meu redor, sejam eles anglicanos, batistas ou pentecostais. Portanto, às vezes eu me aproximo do texto sem ser capaz de ver o que outro cristão poderia observar imediatamente a partir de suas distintas experiências e tradições. Sinto que preciso das perspectivas de outros cristãos ligados a outras culturas e origens para que eu possa preencher aquilo que talvez seja incapaz de perceber na Palavra de Deus. Por outro lado, isto não quer dizer que não possamos desenvolver confiança e segurança para ensinarmos as verdades de Deus. Como Apolo (Atos 18.24-26), devemos tanto pregar com intrepidez e fervor como também termos a humildade de aprender com Priscila e Áqüila. (J. Scott Horrel – A tarefa internacional de se fazer teologia).
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Entretanto, alguém precisa dizer aos Galileus, IstoÉ , Épocas e Superinteressantes da vida que estas teses que sempre levantam são de uma fase dos estudos neotestamentários já superada. São apenas matérias sensacionalistas. Paulo nunca traiu Jesus. Ele não é o autor do Cristianismo e nem criou uma forma de Cristianismo que fosse diferente em essência daquela preconizada no Antigo Testamento e estabelecida por Jesus Cristo. É lamentável constatar que a teologia brasileira está sendo feita não por teólogos responsáveis, mas por jornalistas incultos, despreparados e desatualizados. (Augustus Nicodemus – Paulo traiu Jesus?).
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Thiago Barbosa

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