A arte de pensar livremente

A arte de pensar livremente
Aqui somos pretensiosos escribas. Nesses pergaminhos virtuais jazem o sangue, o suor e as lágrimas dos que se propõem a pensar com autonomia. (TeHILAT HAKeMAH YIRe'aT YHWH) prov 9,10a

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Aprendendo com o imponderável

A última postagem de meu amigo Jonathan me chamou a atenção. Há certezas? Essa é um pergunta que, afoitamente, qualquer religioso mais obtuso disporia-se ao sim, claro, assertivo. Mas em uma sociedade volátil como a que estamos inseridos, a certeza, é que não há certezas. Em nós resta-nos o salto no escuro, a fé, na religião ou na ciência. Ainda sim fé. Resta-nos o imponderável, aquilo que está para além de nós mesmos.

Luís Carlos de Menezes é professor do Instituto de Física da USP e membro do Conselho Técnico Científico da CAPES para Educação Básica e membro da equipe da UNESCO do Projeto de Currículos Integrados no Ensino Médio. Aqui ele mistura assuntos como cosmos, tempo, educação, tecnologia e exclusão social para discorrer sobre o momento singular da atualidade. Para ele "devemos reconhecer o imponderável, gerar o novo, tendo a dúvida como direito, essa é a condição de liberdade".

No vídeo a seguir, o professor Luis Carlos Menezes põe-se a pensar na possibilidade de se aprender com as incertezas, o aprendizado que vem do imponderável. Agradou-me, afinal, agrada-me a possibilidade de um alicerce movediço, ovos que são pisados, enquanto arfamos por uma vida mais autônoma. Na expectativa religiosa talvez seja mais adequado o uso do termo "tillichiano" - uma vida teônoma. Aquela que manifesta-se na busca incerta do Sagrado. Um sagrado mais para Rudolph Otto do que para Karl Barth. Talvez mais próximo do Deus desconhecido "nietzschiano" do que do Deus presente e palpável dos fundamentos estadunidenses. Talvez um Deus como o do PseudoDionísio de Aeropagital, um Deus que está para além, que é super-trans-over-hiper. Um Deus que está para além dele mesmo (talvez?), mas que certamente está para além de nós. Mas estranhamente, ainda assim, em nós.



Thiago Barbosa

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Sobre os esteriótipos sociais em declínio

A seguir segue o vídeo de Regina Casé, aqui ela apresenta sua percepção sobre a quebra dos rigores sociais esteriotipados impostos, em parte, pela mídia. Acima de tudo, eia a oportunidade para nós teólogos retornarmos à Paul Tillich, retornarmos à cultura como fenômeno de manifestação do sagrado, e ao invés de demonizá-la (a cultura), santificá-la. Eis a saída para um mundo que percebe Deus nas relações humanas e no fazer, e saber fazer dos homens e mulheres.

Há de se ter esperança, ao menos na percepção igualitária, na intenção cristã de que os esteriótipos sejam deixados de lados, e nos reste apenas a alcunha de irmãos.

TEDxSP 2009 - Regina Casé from TEDxSP on Vimeo.




Thiago Barbosa

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Certezas, verdades, que nada!


Quiçá um dia cristãos brasileiros entenderão que a lógica do literalismo, da verdade absoluta, do “é assim ou é assado”, é, na verdade, um desenho à lápis, além de se constituir como lógica de exclusão. Quiçá um dia reconheceremos, todos nós, que “certezas são como prisões” e que nossos esforços hermenêuticos são filhos da provisoriedade  das construções humanas que não, de maneira alguma, podem fugir do movimento da vida, do devir, da dança existencial.


Jonathan

domingo, 12 de fevereiro de 2012

A VIDA NOS LIVROS - É assim a vida com os livros:

é vento que acaricia o rosto livre
é voo que guia aos sem destino
é vida que vem e que vai nas palavras
é o saber daquilo que não se sabe;

é o destino que escreve a alma humana
é a alma que acalenta a esperança
é esperança que, teimosa, insiste em dar graça
é Graça que teima em resistir

é o saber que bate à porta e liberta
que enumera as possibilidades que se apresentam
que refaz a vida das migalhas

é palavra que acalenta
é vida que teima em seguir
e quando segue e finda, ainda há o que viver.

(Thiago Barbosa)