A arte de pensar livremente

A arte de pensar livremente
Aqui somos pretensiosos escribas. Nesses pergaminhos virtuais jazem o sangue, o suor e as lágrimas dos que se propõem a pensar com autonomia. (TeHILAT HAKeMAH YIRe'aT YHWH) prov 9,10a

sábado, 23 de maio de 2009

Aquele que procura amigos sem defeitos, termina sem amigos.

"Se morreres antes de mim, pergunte se podes levar um amigo" - StoneTemple

Sabe, sou um cara feliz. Não pelo imediatismo de um prêmio na loteria, o que seria de uma alegria talvez imensurável, mas pelo fato de ter amigos. E é nisso que vago nesta manhã.

Lembro ainda de Goiânia, cidade onde nasci e me criei e dos amigos que lá tenho. Ok são poucos, mas fiéis e indissolúveis. O primeiro que cito é meu tio Vagner.

Ele já se foi prematuramente, tudo que é bom dura pouco, e isso foi verídico para com ele. Um acidente o tirou de nós no mundo físico, mas na minha mística cristã ele ainda se faz presente na metafísica da memória. Seus ensinamentos hoje são mais fortes que nunca. A iconoclastia aprendi com ele, “trace seus próprios caminhos, e se você quebrar a cara fala comigo”. Sábias palavras, hoje me ajudam a quebrar tudo, me tornei um iconoclasta, para o beneplácito da teologia que se constrói a golpes de marreta e picareta. A necessidade do trabalho, braçal ou intelectual que fosse para dignificar o homem. “ O que tem que ser é porque é, e não porque te falam”. E finalmente a necessidade de ser você mesmo, doa a quem doer, para que não destrua a única coisa que realmente nos pertence, o pensamento próprio. (acho que a dor da perda me impede de lembrar a data exata de seu falecimento, mas lembrar pra que?)

Depois vêm os primos, Ighor e Ikaro, hora próximos, hora distantes, mas sempre presentes. A infância constrói e fomos construídos juntos. Com os chás de canela (eca!) e pão fresquinho depois dos esportes na Praça de Desportos do St. dos Funcionários. Bem como as idas e vindas do Antonio Acciolly pra ver o Dragão jogar. Ou as corridas dos "malas" do jd. Guanabara, as pipas e bicicleta no cemitério Parque. Construção é construção. Fora os "delitos" do morro do além.

Enfim o triunvirato da IBC. Diogo (meu irmão de sangue), Thiaguinho e Cidão (meus irmãos de alma). Faça chuva ou sol, levante ou bonanza. As Brigas foram inúmeras, mas decidimos ser amigos uns dos outros, mesmo que os "outros" não quisessem, e agora se aproxima o casamento do último “garrote”. Nossas histórias acabam se chocando, conto histórias que penso serem minhas, e quando forço na memória são deles. Noites, madrugadas, somos os morcegos do bate-papo. Noites infindáveis na “padarosa”, as reuniões na sombra noturna do abacateiro do Acampamento da IBC. Abacateiro que nos viu nascer, crescer e transitarmos de meninos a homens. A data que iniciou essa peregrinação por nossos "EUS" eu me lembro bem, carnaval de 1993, CONJUBEG. Daí em diante é quatro em uma só carne, e em breve seremos oito em uma só carne.

Crescemos, amadurecemos e eu saí. Palmas foi o destino e quando pensei que os amigos estavam completos e totalmente selecionados vem o “bastardo”, a rapa do tacho. Davi aparece nesse contexto. Ontologicamente Deus me olhou e teve misericórdia, e em suas “gracinhas” divinas trouxe-me o "monsenhor" de Pv. 17:17.

Novamente fugi, agora, como Jonas visualizou o aparelho digestório do “grande peixe” eu visualizo uma nova realidade que constrói desconstruindo. Nisso surgem dois iconoclastas, com histórias diversas e que se prontificam ao cargo de amigos, por enquanto saem-se muito bem nas avaliações. Mas o futuro não nos pertence, pertence à subjetividade. A avaliação vocês que lêem podem acompanhar pois se dá nesse humilde e pretencioso (paradoxo novamente) BLOG.

E na finalização só poderia ocorrer uma poesia magistral que retrata esse momento saudosista, caricato e esperançoso, de que o futuro seja tão agradável, ou mais, quanto foi o passado.



Composição: Fernando Brant e Milton Nascimento

Amigo é coisa para se guardar
Debaixo de sete chaves
Dentro do coração
Assim falava a canção que na América ouvi
Mas quem cantava chorou
Ao ver o seu amigo partir
Mas quem ficou, no pensamento voou
Com seu canto que o outro lembrou
E quem voou, no pensamento ficou
Com a lembrança que o outro cantou
Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito
Mesmo que o tempo e a distância digam "não"
Mesmo esquecendo a canção
O que importa é ouvir
A voz que vem do coração
Pois seja o que vier, venha o que vier
Qualquer dia, amigo, eu volto
A te encontrar
Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar.

Thiago Barbosa

Um comentário:

  1. Grande Thiagão, quis Deus que em tão pouco tempo essa amizade crescesse e mudasse muitas coisas em mim, como acordar para atitudes adormecidas, valores esquecidos, conceitos e preconceitos, me fazendo perceber que preciso atentar ao conteudo ante ao visual. Entender que amar está acima daquilo que tenho como certo/errado, o cara que me fez gostar de Rock, me ensina a ver Deus com um outro olhar. Meu irmão, parte dos três mosqueteiros da SIBAPA |Davi, Euvaldo e Thiago|. Mas entendo que Deus precisa nos aprimorar, como estar ecrito em Ef. 4.11-13, portanto Thiagão guenta a barra (aroeira) pois vc tem amigos.

    Davi e Gleyce Brito

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