A arte de pensar livremente

A arte de pensar livremente
Aqui somos pretensiosos escribas. Nesses pergaminhos virtuais jazem o sangue, o suor e as lágrimas dos que se propõem a pensar com autonomia. (TeHILAT HAKeMAH YIRe'aT YHWH) prov 9,10a

sábado, 2 de maio de 2009

A abertura quebra a redundância

Hoje a paz letárgica da “colina” foi quebrada pela cantoria dos RADICAIS.
Pra os menos avisados RADICAIS são grupos de jovens missionários que se preparam para o “IDE” aqui no STBSB.
A água fria no rosto e um café caboclo extremamente forte e amargo me ajudaram a despertar e pensar no que efetivamente tem se tornado o “IDE” tão aclamado em nossas instituições de preparo “sacerdotal”, bem como em nossos ajuntamentos de “santos”, as igrejas.
Não, não imagine que a partir daqui se encaminham uma sucessiva afronta herética contra o trabalho missionário. Longe de mim tal afronta mas algumas leituras já feitas me despertaram a curiosidade e a sonolência dessa manhã pós feriado.
Em seu livro “MISSÃO TRANSFORMADORA”, David J. Bosch afirma que a crise na igreja, teologia e missão se manifestam na análise de alguns fatores.
1 – O avanço da ciência e tecnologia e, junto com elas, o processo mundial de secularização, parecem ter tornado redundante a fé em Deus.
Com certeza a tecnologia, e agora voltamos novamente a analisar o passado, assume um papel emancipador junto à humanidade. Cada dia que se finda permite que o homem aumente sua autonomia de vida. A ciência assume papel “divino” em contraposição à divindade intocável do medievalismo. Qual Deus você prefere?
Garanto, os ortodoxos fundamentalistas eufóricos urraram que é o Deus medieval. Não se esqueça que esse é o Deus católico Romano, mas tudo bem, não foi o que nos tornamos? Temos nossos sacerdotes, nossas indulgências, nossas ignorâncias entusiastas e nossas bulas papais. Tudo com uma vestimenta fantasiosa de século XXI, mas que por baixo dos panos é a aparência envelhecida e embrutecida, fétida e asquerosa da nossa saudosa “Idade das Trevas”. Preferimos fechar os olhos, ouvidos, arrancar as línguas e vocalizes de nossos pensamentos. Não pensamos, reproduzimos pensamento. Na televisão nada se cria tudo se copia. Não é assim em nossas igrejas? Voltamos aos movimentos sacerdotais do “primeiro testamento”, as ações televisivas buscam a reprise das ações dos apóstolos, aliás, é o supra-sumo da hierarquia eclesiástica do nosso século, os apóstolos voltaram, mais milagreiros que nunca, mais analfabetos funcionais como jamais foram mais aproveitadores que os mais desalmados banqueiros internacionais e nacionais, verdadeiros estelionatários da fé.
A fé em Deus jamais é redundante, a redundância existe na mente fossilizada dos que levam a mensagem, não nos receptores. Nós matamos o cristianismo no soterramento de idéias arcaicas que nos sujeitamos. Somos exímios costureiros de pensamentos, nosso Deus tornou-se uma colcha de retalhos, pois somos confrontados com a verdade insolúvel da ciência e nas lacunas que restam encaixamos nosso Deus. Não somos verdadeiros com nossos pensamentos e imputamos verdade em nossos dizeres. Observando o passado, vemos que 30 anos atrás “endemonizamos” a televisão, hoje a “santificamos” e superabundam programas religiosos nela. Uma falsidade e inconsistência que enoja.
Por isso, não foi a ciência e a tecnologia que tornaram a fé em Deus redundante, fomos nós os redundantes com nossa própria fé. E a ciência, uma cordilheira que paradoxalmente se permite construir a golpes de “marreta” e “dinamite”, enquanto nós construímos muralhas de fumaça, dos sacrifícios realizados em defesa de Deus.
Agora me resta a súplica, RADICAIS, converse, mas escutem, ensine mas aprendam, pois nós nos fechamos e perdemos o mundo todo. Mas ainda há esperança.

EFATAH!!!!

Thiago Barbosa

2 comentários:

  1. Será que nasceu nesta manhã também uma vontade de ser missionário???Sei não hein...A profundidade das palavras muitas vezes expressam desejos de nosso coração!!!!!

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  2. Não neste caso. A concepção do termo missionário como a conheço não condiz com minha concepção do termo, portanto não faz parte das "minhas" proposições futuras de vida.
    Porém tenho a certeza da necessidade desse "ministério", bem como da importância de uma conversa aberta e sincera sobre esse assunto.
    Obrigado pela participação...

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