A arte de pensar livremente

A arte de pensar livremente
Aqui somos pretensiosos escribas. Nesses pergaminhos virtuais jazem o sangue, o suor e as lágrimas dos que se propõem a pensar com autonomia. (TeHILAT HAKeMAH YIRe'aT YHWH) prov 9,10a

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Resposta ao Flávio (ministério Cresciendo en Gracia)

Olá Flávio, obrigado por participar de nosso blog postando um comentário. Fique muitíssimo à vontade para continuar participando postando seu comentário nesse ou em outros posts dessa “humilde casa”. Afinal, o cristianismo é livre ou não é cristianismo.

Para iniciar essa resposta gostaria de ratificar que esse blog é apenas a união de três colegas que se propuseram a discutir teologia (nossa própria teologia) à luz do que cremos ser cristianismo. Portanto, não há, sob nenhum aspecto, apoio, influência, restrição ou enviés por parte de pastores, padres, líderes religiosos, pais de santo ou oráculos. Nós somos os responsáveis por todos os posts (creio que já somos adultos suficientes para pensar por nós mesmos). São nossas idéias, nossas angústias, nossos temores, nossos preceitos, nossos preconceitos e nossas esperanças que formam e formatam este blog. Por isso, não nos apontamos como mais aptos que qualquer um, em nós há apenas a esperança necessária de propormos uma conversa ávida e sincera sobre o cristianismo.

Tudo o que foi dito e apontado no post “JESÚCRISTO HOMBRE” é estritamente embasado em uma visitação feita por mim e no material que é gratuitamente distribuído ao final da reunião. Não me utilizei de pesquisa à internet, comentários pastorais ou recepção mediúnica. Apenas a boa e velha curiosidade de averiguação de um discurso, no mínimo, pretensioso. E sejamos sinceros, pretensioso por se assumir como Jesus (agora instituidor do reino de Diós en la Tierra). Assim fica reiterado, não ouvi comentários, verifiquei inloco uma das reuniões que acontecem em Engenho Novo (RJ) e o material que me foi oferecido nessa noite de sexta feira (mês de junho).

Sobre minha incapacidade de entender o que foi dito, acho que há capacidade cognitiva o suficiente em minha pessoa para interpretar as informações que me foram passadas, mas fica enfatizado o convite para que todo e qualquer leitor possa apontar falhas ou incongruências nos posts, fiquem à vontade, sempre. (com exceção de comentários considerados agressivos, amorais ou antiéticos, pois os mesmos serão avaliados pelo triunvirato formador do blog e devidamente deletados. Fato que ainda não ocorreu).

Interessante o Flávio ter apontado um verso joanino “Eis aqui o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Agora aponto o motivo do “interessante”.

- João é um apóstolo (ou discípulo como quiser) chamado de apóstolo da circuncisão pelos adeptos do ministério Cresciendo en Gracia. No dia de minha visita foi apontado também um verso joanino pelo sr. Jose Luis de Jesus Miranda, e segundo ele mesmo, João é claramente judaizante, portanto não pode ser considerado relevante por não ser cristão. O cristianismo autêntico é a graça pregada nas cartas paulinas (romanos até hebreus) e os escritos dos outros apóstolos é judaizante, portanto falho para os estudos dos “autênticos cristãos” do Cresciendo en Gracia. Mas um adepto do ministério Cresciendo en Gracia citar escritos joaninos me soa como a boa e velha frase “dois pesos e duas medidas”. Quando me é interessante eu utilizo, quando não eu abomino e satirizo o texto bíblico. Interessante essa nova forma de trabalhar com hermenêutica bíblica. Claramente aponta a fragilidade e inconsistência teológica dessa abordagem textual.

- Concordo que o pecado tem ganhado ênfase em nossas congregações, mas não diga que eu e meu pastor pregamos pecado. Você não nos conhece. Mas convido para que você leia nossa própria discussão (novamente sem “mentoria”) sobre o pecado, sua conceituação e sua abordagem no século XXI, nos textos diretamente anteriores a esta postagem.

“Bem aventurados os de limpo coração, pois eles verão a Deus”. Sobre o “apontamento” de Deus prefiro um pensamento budista.
“Se encontrares a Buda mata-o”.
Creio sinceramente que ninguém, a não ser a própria pessoa, tem contato com a divindade (seja ela qual for). O fato de apontar a Deus é de uma pretensão exorbitante. A busca por Deus é uma constante e é no mínimo pretensioso ao extremo imaginar que alguém (aqui aponto a pessoas de carne e osso) possa apontar a ELE. Devemos nos propor essa busca, podemos até dizer um caminho que eventualmente foi o correto para nós, mas nunca dizer que este é o único caminho para todos. Eu creio que houve apenas um Cristo, e que ELE é o único intermédio entre Deus e o homem. Você tem todo o direito de seguir quem quiser e de chamar a quem quiser de cristo, não discutimos as crenças. Aqui apontamos apenas inconsistências entre os discursos proferidos e os textos bíblicos.

A instituição de um reino é ditadura, o fim do Estado Democrático de Direito, fato que abomino. Além disso, não creio que o ponto abordado nos textos de Paulo ser a instituição de Teocracia cristológica, mas sim o grito de um judeu pela liberdade de um povo, da mesma forma como o texto do livro revelacional do Apocalipse.

Continue participando na busca de um cristianismo livre.

Thiago Barbosa

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