"Com certeza a igreja cristã é um igreja inclusiva, infelizmente a inclusão tem sido confundida com absorção e incorporação de pecados [...] A proposta é discutirmos abertamente os limites de um cristianismo mais inclusivo e menos libertino." (Thiago Barbosa)
Para que seja tratado com seriedade a questão da Inclusão VS Apartheid, uma problema maior terá que ser resolvido. O problema da conceitualização...
Para aqueles que se dispões a serem líderes de futuras comunidades, ou pensadores no meio acadêmico, termos religiosos tais como pecado, libertinagem, salvação, evangelho, doutrina, princípio, devem ser tratados seriamente à luz da hermenêutica em paralelo com as demais ciências sociais como antropologia, filosofia da religião, história e etc.
Para que o amigo Thiago possa me entender, quero trazer a mente o que nós temos aprendido nesses ultimos meses nas disciplinas que nos são esboçadas. Por isso, quando o amigo afirma "absorção e incorporação de pecados", em minha visão deve-se perguntar...
1. O Cristianismo é o Antigo Testamento, é as cartas de Paulo, ou prevalecerá os Evangelhos sinódicos? Dependendo da escolha, os conceitos de pecados ter que ser filtrados. Afinal, sabemos - mas nem sempre acreditamos, porque isso é uma questão de fé - que boa parte das doutrinas veterotestamentárias não passam de manutenção de uma ordem social, sacerdotal e política. Que as cartas de Paulo, como qualquer outro documento escrito por alguém que espera "o bom andamento" de seu sistema. Resta-nos os Sinódicos?
2. Conceito de pecado é embasado pela cultura ou pela teologia? Lembremo-nos das aulas de Antropologia nesse momento. Muito dos conceitos "pecaminosos" que permeiam o âmbito eclesiastico são reflexos de construções culturais, e que com o tempo são refutados. Quem se lembra dos anos em que bateria era "coisa do diabo"? Que não nos era permitido irmos à praia, usar bermuda nos templos, ou jogar baralho? Por acaso nos esquecemos de que na ida dos anos 50-60 nos EUA os negros eram considerados raça amaldiçoada por Deus, sendo usado até textos biblicos presente em gênesis para basear esse racismo? Volto a perguntar, nossos julgamentos a cerca do pecado são frutos do chamado "olhar de alteridade", ou de profundo estudo exegético?
3- Libertinagem segundo o dicionário é "ato desregrado nos costumes, dissoluto, licencioso, lascivo". E mais uma vez a situação complica... costumes... cultura... relativismo.
Com a proposta de uma Libertação aos moldes daquela iniciada em favor dos pobres - mas não restrita a essa -, que a igreja possa se tornar mais inclusiva, e aqui digo inclusão daqueles que estão a margem da sociedade (sejam quem for). Contudo, sempre analisando sobre qual plataforma epistemológica ela irá se fundamentar: Nas doutrinas que são humanas e passageiras, ou nos principios imutáveis pregados por Jesus como o amor, aceitação, pacividade, não-julgamento - virtudes independentes de épocas e costumes; na Teologia Sistemática ou na Teologia Bíblica.
Estamos diante de um problema de conceitualização, e enquanto não for sanado, um de nós sempre achará que o Cristianismo continua enxarfurdado de libertinagem, quando na verdade pode estar, quanto pode não estar.
Alan Buchard
Para que seja tratado com seriedade a questão da Inclusão VS Apartheid, uma problema maior terá que ser resolvido. O problema da conceitualização...
Para aqueles que se dispões a serem líderes de futuras comunidades, ou pensadores no meio acadêmico, termos religiosos tais como pecado, libertinagem, salvação, evangelho, doutrina, princípio, devem ser tratados seriamente à luz da hermenêutica em paralelo com as demais ciências sociais como antropologia, filosofia da religião, história e etc.
Para que o amigo Thiago possa me entender, quero trazer a mente o que nós temos aprendido nesses ultimos meses nas disciplinas que nos são esboçadas. Por isso, quando o amigo afirma "absorção e incorporação de pecados", em minha visão deve-se perguntar...
1. O Cristianismo é o Antigo Testamento, é as cartas de Paulo, ou prevalecerá os Evangelhos sinódicos? Dependendo da escolha, os conceitos de pecados ter que ser filtrados. Afinal, sabemos - mas nem sempre acreditamos, porque isso é uma questão de fé - que boa parte das doutrinas veterotestamentárias não passam de manutenção de uma ordem social, sacerdotal e política. Que as cartas de Paulo, como qualquer outro documento escrito por alguém que espera "o bom andamento" de seu sistema. Resta-nos os Sinódicos?
2. Conceito de pecado é embasado pela cultura ou pela teologia? Lembremo-nos das aulas de Antropologia nesse momento. Muito dos conceitos "pecaminosos" que permeiam o âmbito eclesiastico são reflexos de construções culturais, e que com o tempo são refutados. Quem se lembra dos anos em que bateria era "coisa do diabo"? Que não nos era permitido irmos à praia, usar bermuda nos templos, ou jogar baralho? Por acaso nos esquecemos de que na ida dos anos 50-60 nos EUA os negros eram considerados raça amaldiçoada por Deus, sendo usado até textos biblicos presente em gênesis para basear esse racismo? Volto a perguntar, nossos julgamentos a cerca do pecado são frutos do chamado "olhar de alteridade", ou de profundo estudo exegético?
3- Libertinagem segundo o dicionário é "ato desregrado nos costumes, dissoluto, licencioso, lascivo". E mais uma vez a situação complica... costumes... cultura... relativismo.
Com a proposta de uma Libertação aos moldes daquela iniciada em favor dos pobres - mas não restrita a essa -, que a igreja possa se tornar mais inclusiva, e aqui digo inclusão daqueles que estão a margem da sociedade (sejam quem for). Contudo, sempre analisando sobre qual plataforma epistemológica ela irá se fundamentar: Nas doutrinas que são humanas e passageiras, ou nos principios imutáveis pregados por Jesus como o amor, aceitação, pacividade, não-julgamento - virtudes independentes de épocas e costumes; na Teologia Sistemática ou na Teologia Bíblica.
Estamos diante de um problema de conceitualização, e enquanto não for sanado, um de nós sempre achará que o Cristianismo continua enxarfurdado de libertinagem, quando na verdade pode estar, quanto pode não estar.
Alan Buchard
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