A arte de pensar livremente

A arte de pensar livremente
Aqui somos pretensiosos escribas. Nesses pergaminhos virtuais jazem o sangue, o suor e as lágrimas dos que se propõem a pensar com autonomia. (TeHILAT HAKeMAH YIRe'aT YHWH) prov 9,10a

domingo, 14 de junho de 2009

Pastoral sobre pastores e adubo (o dia do pastor)

A terminologia pastor é ambígua, na medida em que descreve a essência de que cuida aponta que existe um indivíduo a ser cuidado. A problemática se dá quando o indivíduo a ser cuidado se torna simples “gado”, massa de manobra, apoucamento cognitivo, ajuntamento de insignificância, o verdadeiro “conjunto vazio”. Como temos nos tornado nada na mão dos líderes eclesiásticos modernos.

Não creio ter me tornado “gado”. Hoje tenho a pretensão de ser pensador, em uma sociedade que clama por alfabetização estar cursando o segundo curso superior é privilégio de uma minoria ainda aristocrática. Pensar é pressuposto pra ser batista, a criação da denominação junto às epifanias do empirismo inglês formatou o que somos pensadores, questionadores, “buscadores” em nossa mais íntima essência. Boa parte disso obtive nas igrejas que participei como membro. E aqui assumo a pretensão incompetente de tentar homenagear “meus pastores”. Diferentes em suas constituições, diferentes em nossas relações, mas idênticos na apresentação da dúvida e da eterna busca que é o cristianismo apresentado com liberdade, razão, consciência e fé/esperança.

O primeiro foi Eduardo Shiloah Vasconcelos, o reciclador. Reciclador por se importar com o lixo, e molda-lo. O funcionamento mais adequado talvez seja a realidade biológica da “compostagem”. Transformação do esterco em adubo, sem modulações pré-fabricadas em igrejas americano-colombianas-coreanas-alemãs-inglesas. Fui estrume, e a compostagem aconteceu na Igreja Batista Central de Goiânia, as mãos que moldaram o estrume até que se se tornasse o adubo, ou pretendesse ser adubo foi o pr. Eduardo. Posições teológicas firmes sempre o fizeram permitir a fomentação do pensamento teológico em sua igreja, e na dúvida surge a certeza de uma liderança forte para vários lugares do Brasil e do mundo. Fui amado, definitivamente amado, nem sempre sendo compreendido ou compreendendo, mas definitivamente sendo amado.

Posteriormente apresentou-se ao cargo Walmir Andrade dos Santos. Palmas foi um contexto complicado onde me fechei pras igrejas por pensar ser o mundo resoluto/resumido à IBC Goiânia. Walmir apresenta a realidade da relação afetivo-sentimental, místico-perceptivo, a necessidade autêntica de ser “amigo de Deus”. Aprendi a puxar a cadeira para que Cristo se assentasse e tivéssemos longos papos. A visão de uma igreja paradoxal, grande e pequena, tradicional e moderna, tudo ao mesmo tempo. Uma tentativa aberta e esperançosa de se tornar batistas no século XXI, já que infelizmente nos prendemos ao século XVIII, na amada SIBAPA tentamos voltar ao século XXI.

Tomás Dias Franco, simplicidade, amizade, companheirismo, sorriso, entrega e ainda sim um líder nato, autoridade sem autoritarismo. Sentar-se ao lado das “ovelhas” para durante as madrugadas fazer um “sonzinho” despretensioso com as ovelhas e comer um pão com salame e uma coca-cola hiper-gelada. Como o pastorado pode ser aprazível, suave e eficaz.

Hoje assumo a possibilidade de me tornar pastor, ainda creio que Deus seria irônico, mas tenho certeza de seu grande senso de humor. Ainda sim, me resta uma esperançosa e suplicante oração.

“Deus, se eu for pastor, permita que eu seja ao menos metade dos “homens de Deus” que meus pastores foram em minha vida. Senão, obrigado por ter conhecido estes que me fizeram o adubo que tento ser hoje. Por sua misericórdia e graça clamo”.
Amém.

Thiago Barbosa

5 comentários:

  1. Quando nos tornamos adubos, tornamo-nos também aptos a viver e viver vem de, estar disposto o tempo todo, a cumprir o ide de Cristo... e é para isso que nascemos e para isso fomos chamados. Excelente texto... beijos Thais Barbosa

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  2. Sou muito suspeito para falar, devido ao grande amor que tenho por esse seminarista e pela amizade que temos constuido, não tenho o mesmo chamado, mas sei que não sou gado e nem bode, apenas quero servir e ser liderado pelo homem que Deus confiou o seu rebanho (de ovelhas. Aprendi e sofri junto com meu pai as dificuldades de rebanhos que em nome de Deus, faziam e fazem atrocidades aos escolhidos de Deus.

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  3. meu sonho e ter ovelhas como vc Brito, que se assumem como humanos e nao atendem a uma liderança inteiramente caótica...segue ao lider pela influencia que ele exerce em seus liderados...no post aponto tres pastores que marcaram toda a minha vida...Shiloah, Walmir e Tomás...Seu pai é um grande lider tb...as minhas estadias em gurupi que o digam...
    em breve nos encontraremos e discutiremos mais sobre o pastorado...por agora encerro clamando por Paçoca de carne seca, xambari e bagunça...

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  4. ah!meu Deus. Esse menino escreve bonito(não entendo nada, mas que é bonito é)kkkkkkkkkkkkkkk.Coitado de Caio Fabio, Ricardo Gondin, Paulo Garcia, Robson Calvacanti, Isaltino Gomes, stelio Lourenço, jorge Pinho, Jonas Celestino, Lêcio Dornas. Por que vem aí Thiago Barbosa(mas de onde ele ê? IBC goiânia ou SIBAPA?) Sei lá........só o tempo dirá.

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  5. Poxa pastor, valeu as belas palavras. Isso dá força para a liberdade de pensamento e certeza da ação divina em nossas vidas...
    mas sou e sempre serei da SIBAPA...minha comunidade de amor...

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