Extremamente importante o ponto apresentado no post do Allan Buchard. Devo dizer que a formação de conceitos para esse tipo de “conversa” se faz quase que obrigatório. Porém, mais importante que o conceito é a necessidade da inclusão em nossas congregações. É sobre esse ponto que busco explanar nessa postagem.
Meu maior intuito aqui é tornar clara a diferença entre “pecador” e “pecado”.
O pecador é o ser humano que pratica o pecado. “Agostinianamente” todo ser humano é pecador, no momento em que é destituído da graça de Deus pelo pecado original “adâmico”. Quando penso em pecador, e aqui pouco importa o pecado realizado, é obrigatória sua inclusão junto à congregação. Infelizmente essa não é uma realidade, a inclusão confunde o pecador ao pecado.
Pecado são atitudes ou pensamentos que, para mim, nos afastam de Deus. Portanto esse conceito de pecado é totalmente subjetivo, já que a composição desse conceito não se importa com as estruturações sociais e culturais nas quais somos inseridos. Esse é o primeiro percalço ao tratarmos abertamente do assunto. O pecado não pode ser definido conceitualmente, já que culturalmente e socialmente a subjetividade formadora do conceito torna tal formulação impossível. O pecado é inviável de ser dialogado como assunto pertinente, pois sempre é apresentado como doutrina (sistema de pensamento fechado) não aceitando ponderações. Ao invés de doutrina devíamos abordar o assunto como princípios (sistema de pensamento aberto) o que permitiria um diálogo e a utópica intenção de se sistematizar e conceituar o assunto. Ao pensarmos dessa forma, o pecado como princípio não se limita a atitudes pecaminosas (como acontece no pecado visto como doutrina), mas permite a associação do pecado a conceitos éticos e morais, que em sua essência apresentam uma amplitude de ação e reconhecimento maior junto à população congregacional e extra-congregacional.
Mas o conceito de pecador não é subjetivo, é concreto por referir-se à pessoa que comete pecado, e esse sim é fruto obrigatório de inclusão na igreja. O amor, ponto crucial do cristianismo sinótico, faz de nossas congregações verdadeiros hospitais, cuja única função viável e possível é a recepção, aceitação e tratamento dos pecadores. Habitualmente os pecadores vão à igreja na esperança de que sejam “curados”. O pecado (doença) entra na igreja não pelo desejo de inclusão desta, mas por inevitavelmente fazer parte do pecador (doente) que é fruto de existência das congregações.
Devemos amar o pecador, porém lutar contra o pecado. Esta é a urgência que deve emanar em nossas igrejas. Minha real preocupação, e tenho compartilhado dela com Allan e Jonathan, é como desassociar o pecador do pecado conceituando o que é pecado.
Tenho a tendência a repassar a responsabilidade de tal atitude para o próprio pecador, afinal, ainda creio no poder (místico) transformador da aceitação do evangelho na vida dos humanos.
Minha noção do pecado vem no momento em que o pecador se apresenta como tal, esse fator mostra que a ação do evangelho iniciou-se, não houve necessidade de me apresentar como juiz ou acusador do meu “irmão”, e ficou clara a noção por parte do próprio pecador-irmão da necessidade de mudança que emana do evangelho verdadeiramente vivido.
Que fique claro que não estamos discutindo a aceitação do indivíduo como membro ou líder, apenas como cristão (o que é o mais importante). Já que ainda em minha opinião, tornar-se membro ou líder nas igrejas é mais uma ação meramente política-humano-vazia que cristã-humano-amorosa.
A intenção que deixo não é a certeza, afinal não me iludo na apresentação de uma igreja sem mácula, isso seria ser leviano com meus leitores. Mas é urgente a necessidade de em verdade amarmos os pecadores e nos colocarmos a pensar sobre o assunto, já que a simples expulsão da congregação nada mais é que a clara apresentação do desamor.
Acalenta-me o pensamento de que não é minha função apontar, mas abraçar, Tornando-se a membresia e liderança conseqüência de uma constatação da inteireza e caráter do próprio indivíduo mediante a igreja local.
Só sei que nada sei... E é a mais pura verdade...
Thiago Barbosa
Meu maior intuito aqui é tornar clara a diferença entre “pecador” e “pecado”.
O pecador é o ser humano que pratica o pecado. “Agostinianamente” todo ser humano é pecador, no momento em que é destituído da graça de Deus pelo pecado original “adâmico”. Quando penso em pecador, e aqui pouco importa o pecado realizado, é obrigatória sua inclusão junto à congregação. Infelizmente essa não é uma realidade, a inclusão confunde o pecador ao pecado.
Pecado são atitudes ou pensamentos que, para mim, nos afastam de Deus. Portanto esse conceito de pecado é totalmente subjetivo, já que a composição desse conceito não se importa com as estruturações sociais e culturais nas quais somos inseridos. Esse é o primeiro percalço ao tratarmos abertamente do assunto. O pecado não pode ser definido conceitualmente, já que culturalmente e socialmente a subjetividade formadora do conceito torna tal formulação impossível. O pecado é inviável de ser dialogado como assunto pertinente, pois sempre é apresentado como doutrina (sistema de pensamento fechado) não aceitando ponderações. Ao invés de doutrina devíamos abordar o assunto como princípios (sistema de pensamento aberto) o que permitiria um diálogo e a utópica intenção de se sistematizar e conceituar o assunto. Ao pensarmos dessa forma, o pecado como princípio não se limita a atitudes pecaminosas (como acontece no pecado visto como doutrina), mas permite a associação do pecado a conceitos éticos e morais, que em sua essência apresentam uma amplitude de ação e reconhecimento maior junto à população congregacional e extra-congregacional.
Mas o conceito de pecador não é subjetivo, é concreto por referir-se à pessoa que comete pecado, e esse sim é fruto obrigatório de inclusão na igreja. O amor, ponto crucial do cristianismo sinótico, faz de nossas congregações verdadeiros hospitais, cuja única função viável e possível é a recepção, aceitação e tratamento dos pecadores. Habitualmente os pecadores vão à igreja na esperança de que sejam “curados”. O pecado (doença) entra na igreja não pelo desejo de inclusão desta, mas por inevitavelmente fazer parte do pecador (doente) que é fruto de existência das congregações.
Devemos amar o pecador, porém lutar contra o pecado. Esta é a urgência que deve emanar em nossas igrejas. Minha real preocupação, e tenho compartilhado dela com Allan e Jonathan, é como desassociar o pecador do pecado conceituando o que é pecado.
Tenho a tendência a repassar a responsabilidade de tal atitude para o próprio pecador, afinal, ainda creio no poder (místico) transformador da aceitação do evangelho na vida dos humanos.
Minha noção do pecado vem no momento em que o pecador se apresenta como tal, esse fator mostra que a ação do evangelho iniciou-se, não houve necessidade de me apresentar como juiz ou acusador do meu “irmão”, e ficou clara a noção por parte do próprio pecador-irmão da necessidade de mudança que emana do evangelho verdadeiramente vivido.
Que fique claro que não estamos discutindo a aceitação do indivíduo como membro ou líder, apenas como cristão (o que é o mais importante). Já que ainda em minha opinião, tornar-se membro ou líder nas igrejas é mais uma ação meramente política-humano-vazia que cristã-humano-amorosa.
A intenção que deixo não é a certeza, afinal não me iludo na apresentação de uma igreja sem mácula, isso seria ser leviano com meus leitores. Mas é urgente a necessidade de em verdade amarmos os pecadores e nos colocarmos a pensar sobre o assunto, já que a simples expulsão da congregação nada mais é que a clara apresentação do desamor.
Acalenta-me o pensamento de que não é minha função apontar, mas abraçar, Tornando-se a membresia e liderança conseqüência de uma constatação da inteireza e caráter do próprio indivíduo mediante a igreja local.
Só sei que nada sei... E é a mais pura verdade...
Thiago Barbosa
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