A arte de pensar livremente

A arte de pensar livremente
Aqui somos pretensiosos escribas. Nesses pergaminhos virtuais jazem o sangue, o suor e as lágrimas dos que se propõem a pensar com autonomia. (TeHILAT HAKeMAH YIRe'aT YHWH) prov 9,10a

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Sobre a unção dos R$ 900,00





• "Todo o homem rico é, ou injusto na sua pessoa, ou herdeiro da injustiça e da injustiça de outros" (Omnis dives aut iniquus est, aut heres iniqui) - São Jerônimo.


• "Quem quer se tornar rico tomba nas armadilhas do demônio, e se entrega a mil desejos não apenas vãos, mas perniciosos, que o precipitam por fim no abismo da perdição e da condenação eterna" São Timóteo, 6.


• "Ou tu és rico e tens o supérfluo, e nesse caso o supérfluo não é para ti, mas para os pobres; ou então tu estás numa fortuna medíocre, e então que importa a ti procurar aquilo que não podes guardar?" São Bernardo


• "Mas a moral do evangelho vai ainda mais longe; porque ela nos ensina que quanto mais um cristão é rico, mais ele deve ser penitente; ou seja, mais ele se deve deduzir das doçuras da vida; e que estas grandes máximas de renúncia, de escrutínio, de desapego, de crucificação, tão necessárias à salvação, são muito maiores para ele do que para o pobre" Louis Bourdaloue, jesuíta francês do século XVII.


• "E não podemos dizer também que quase todos os ricos são homens corruptos, ou antes, perdidos pela intemperança das paixões carnais que os dominam? Por quê? Porque têm todos os meios do ser, e que não usam as suas riquezas que não seja para saciar as suas brutais avarices. Vítimas reservadas à cólera de Deus, engordados dos seus próprios bens! Quantos é que conheceis que não sejam assim? Quantos é que vós conheceis que, na opulência, tenham aprendido a dominar o seu corpo e a o limitar em restrição? Um rico continente ou penitente não será uma espécie de milagre?", Louis Bourdaloue, jesuíta francês do século XVII.


• "Uma virgem pode conceber, uma estéril pode dar à luz, um rico pode ser salvo: estes são três milagres nos quais as escrituras sagradas não nos ensinam outra coisa que não seja que Deus é onipotente. Pois é verdade, ó rico do mundo, que a tua salvação não é nada fácil, ela seria impossível se Deus não fosse onipotente. Consequentemente, esta dificuldade passa bem distante dos nossos pensamentos, já que é necessário, para ultrapassá-la uma potência infinita. E não me digas que estas palavras não te dizem respeito porque talvez não sejas rico. Se não és rico, tu tens vontade de o ser; e estas maldições sobre a riqueza devem cair não tanto sobre os ricos mas sobretudo sobre aqueles que o desejam ser. É para esses que o apóstolo pronuncia, que eles caem na armadilha do diabo e de muitos desejos malvados, que precipitam o homem na perdição. ... Também o apóstolo tem razão quando diz que o desejo de riqueza é a raiz de todos os males; Radix omniumm malorum est cupiditas". Jacques Bénigne Bossuet (1627-1704), bispo, teólogo e escritor francês, sermão em Metz a quatro de Outubro de 1652.


Seria tão interessante apresentar tais frases aos líderes de nossas igrejas, aos “pastores” televisivos, aos gafanhotos da fé alheia. Mas se há esperança – e creio que há - é de que o ministério “pastoral” possa ser dos sábios e dos profetas e não dos sacerdotes, possa ser reflexivo e não dogmático, possa ser humanamente sincero, pois o “divinamente” atribuído se tornou falsário e enfadonho e de divino só tem a nomenclatura. A essência do divino - que é o importante – já se foi. Sua morada, falecida a dias está malcheirosa, putrefata, e essa essência busca o coração dos sinceros para novamente encontrar morada e seus ramos se formarem frutíferos para seu desenvolvimento, crescimento, sentido de vida humana e finalmente divinamente inspirada, com simplicidade e singeleza de coração como na descrição do livro de atos.


Que Deus me faça sincero.
Thiago Barbosa

Nenhum comentário:

Postar um comentário