Cosmogonia e antropogonia, o Gênesis se mostra como uma grande cortina, portanto os curiosos se coçam sob a possibilidade de se esgueirar para trás, nos bastidores do texto bíblico.
1 - Seria o Gênesis uma resposta de um prisma populacional – agora recém-chegados ao Crescente Fértil – com uma resposta ao mito de Enuma Elish?
2 - Os relatos antropogônicos remontam a transição dos modos de transição extrativista para agricultores ou pastoril? Se verdade, remontariam a formulação de textos remontando realidades tribalistas (nômades) em contraposição a textos afirmando a hegemonia das “cidades” (sedentarismo)?
(tábua I do poema babilônico de Enuma Elish)
"Quando no alto não se nomeava o céu,
e em baixo a terra não tinha nome,
do oceano primordial (Apsu), seu pai;
e da tumultuosa Tiamat, a mãe de todos,
as águas se fundiam numa,
e os campos não estavam unidos uns com os outros,
nem se viam os canaviais;
quando nenhum dos deuses tinha aparecido,
nem eram chamados pelo seu nome,
nem tinham qualquer destino fixo,
foram criados os deuses no seio das águas".
Gênesis 1.1-7 (apenas como exemplo)
1 ¶ No princípio criou Deus os céus e a terra.
2 E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.
3 ¶ E disse Deus: Haja luz; e houve luz.
4 E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas.
5 E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro.
6 ¶ E disse Deus: Haja uma expansão no meio das águas, e haja separação entre águas e águas.
7 E fez Deus a expansão, e fez separação entre as águas que estavam debaixo da expansão e as águas que estavam sobre a expansão; e assim foi.
Envolto em um oceano de questionamentos,
Thiago Barbosa
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