A arte de pensar livremente

A arte de pensar livremente
Aqui somos pretensiosos escribas. Nesses pergaminhos virtuais jazem o sangue, o suor e as lágrimas dos que se propõem a pensar com autonomia. (TeHILAT HAKeMAH YIRe'aT YHWH) prov 9,10a

terça-feira, 30 de março de 2010

A Saga de Doug Jones


Doug Jones fazia parte de uma tribo que era constituída de pessoas dispostas a se relacionarem em comunidade. Não uma comunidade qualquer, mas uma onde a liberdade, o respeito, o direito, a espontaneidade e o amor uns pelos outros eram marcas identificadoras da funcionalidade desse grupo que se reunia. Tudo isso parecia funcionar muito bem tendo Elitoawermeneks como líder-curalma. Ele que fora escolhido pela própria tribo sendo o mais destacado entre os homens por sua excelente capacidade de amar.


Apesar de terem um líder-curalma, os membros dessa comunidade usufruíam de um poder que lhes possibilitava escolher o melhor para eles, isso permitia que construíssem a sua própria história. O que chamaram de Aimonotua. Ninguém naquele país possuía poderes assim. Todos, exceto aquela comunidade, eram dominados por uma cegueira-de-consciência e se submetiam aos seus líderes sem poder de escolha. Era, então, um privilégio pertencer à Tribo dos Batutinhas: uma comunidade da liberdade. Ali, todos eram iguais e tinham direitos, todos tinham voz. E foi assim que Doug fora criado.


Todas as manhãs de Domiguilim, o dia mais importante para aquele povo, o líder-curalma abria o livro sagrado da tribo, o Bríbulos, e nele lia toda a memória do povo, o que fazia com que se lembrassem dos seus direitos e deveres na comunidade e revigorava o poder que neles fluía: o Aimonotua. Por vezes, o Domiguilim se transformava num debate, uma espécie de assembléia democrática, onde todos podiam colocar suas opiniões para decidir o que seria melhor para toda a tribo. Era nessas reuniões que Doug gostava de participar. Podia ver todos exercendo seus direitos como participantes do grupo e, também ele, colocava diante do povo suas questões.


Com o passar dos anos, Doug começou a perceber algumas coisas que não condiziam com a filosofia da comunidade. Os discursos de Elitoawermeneks soavam num tom autoritário e a interpretação do Bríbulos não possuía mais o espírito de liberdade dos memoráveis discursos que fortaleciam o coração e o poder da gente da tribo. O líder-curalma estava se tornando um Liderpregatorioadiministrum, daqueles que viviam fora da tribo, no mundo exterior, causando nos homens a cegueira-de-consciência. Ele percebeu que muitos filhos da tribo já se juntavam a Elitoawermenecks, que arquitetava retirar todo o poder Aimonotua dos lendários Batutinhas.


Nessas circunstâncias, Doug Jones resolve, por si só, fortalecer-se com as palavras contidas no Bríbulos e a cada dia descobria em suas páginas o significado da força e do poder de Aimonotua, e ainda conseguia perceber melhor os planos maléficos de Elitoawermenecks.


Até que...


Num dia de Domiguilim, daqueles dias em que a reunião se tornava uma assembléia, o agora Liderpregatorioadiministrum, já exercendo o domínio sobre todos da tribo, resolve decretar uma lei – coisa que jamais acontecera na história dos Batutinhas – que submetia todos à sua própria autoridade. Aqueles que não obedecessem seriam banidos da tribo e perderiam assim sua identidade. Aqueles que já haviam perdido o poder, devido à adulteração interpretativa do Bríbulos por Elitoawermenecks, estavam fracos demais para perceberem o golpe e, por submissão, acataram suas palavras.


Mas Doug Jones permanecia forte. O Aimonotua corria em suas veias e fazia fervilhar seu coração. As palavras de Bríbulos o haviam fortalecido e, naquele momento, era o único que poderia fazer alguma coisa, ter alguma reação. Então, com palavras Protestântilos, idioma de seus ancestrais, Doug se levanta e diz: “Sou livre e não preciso me submeter a nenhuma autoridade. Minha consciência não é cega e devo a ela minha fidelidade. Tenho o poder de Aimonotua”.


E essas foram as últimas palavras de Doug Jones. Lá, entre os Batutinhas, nunca mais fora visto. Viram-no em muitos lugares, com sua cópia de Bríbulos debaixo do braço, procurando lugares onde pudesse fazer uso de seu Aimonotua.


Jonathan

sábado, 27 de março de 2010

Olhar para a colina sob a perspectiva do "alto"

A brincadeira é a seguinte:
Osvaldo Luiz Ribeiro, coordenador da FABAT propôs uma brincadeira no blog oficial da coordenação...
1 - Qual será a perspectiva certa para, desde ela, olharmos a colina?








1.1 - Podemos considerar que é possível nos colocarmos nessa exata posição? (Diz ele que a resposta está na foto acima)
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Bem caro professor/coordenador-blogueiro, sua resposta (foto ideal) apresenta um apontamento imediato e penso ser a foto acima a perspectativa, repleta de esperança, desejo, vontade, ideologia e idealismos humanos. A vontade e o desejo de que o "sagrado", o "divino", "Deus", nos veja no centro de seu "horizonte metafisico" é, em perspectiva real, construto humano. Assumindo assim que o "centro de um horizonte metafisico" seja nossa vontade, e assumindo a realidade árdua de que não podemos conhecer, em aspecto real, as vontades divinas, estar com nossa colina na centralidade dos olhos de Deus é nossa esperança, nossos mais puros desejos, nossos mais ardentes anseios, e, infelizmente ou felizmente, não passam disso; esperança, desejo e anseio de que nossas vontades sejam a vontade de Deus.
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Para que não me denominem como "estraga prazeres", penso que esses sentimentos à respeito de Deus é que refletem nossas perspectivas sobre o "sagrado". Ver a colina no "centro dos horizontes divinos", penso ser necessário um exercício de expeculação que se dá sob a leitura do texto alocado em 1 João 4:20.
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Tomando a foto apresentada pelo professor Osvaldo como clímax da "Colina" para com Deus, creio ser necessário reconstruir os passos que nos levaram à tal sonhada condição. Para chegarmos a determinado local passamos por vários outros, nesse aspecto busco reconstruir a caminhada especulativa para o ápice da foto-tipo.
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1 - Olhar o mundo de uma forma globalizada, holística, sem pretensão de ser o centro das atenções.

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2 - É necessário observarmos a importância de nos tornarmos relevantes, no mínimo, regionalmente.


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3 - a)morro da formiga b)morro do salgueiro c) morro do borel

Perceber a real necessidade de sermos relevantes nas comunidades que nos cercam, carentes ou não, e na perspectiva das comunidades, de fé ou sociais, mostrarmos a identidade do "sagrado" como espelhos que refletem o objeto adiante de si.




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4 - Perdermos a esterilidade dos números em nossas congregações e observarmos a magnânima força que emana ausência de números. Enfim, notaremos que a força, gigantesca força, emana dos nomes, e não dos números.



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5 -Após seguir os sinais deixados na trilha para não nos perdermos na floresta de enganos, engodos, pântanos de egocentrismo, fétidos lamaçais dos declínios de caráter, das perspectivas financeiras. Quando enfim encontrarmos em nós mesmos necessidades e almejos, veremos que em nós mesmos há a possibilidade de, enfim, lermos 1 João 4:21.
Nesse dia, em que finalmente estaremos nus de nós mesmos olharemos para o alto.


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6 - aí, nesse fatídico dia, olhares do símbolo e do real, divindades metafísicamente oculta e humanamente concebida se entreolharão. Só então entenderemos a perspectiva da foto de uma Fabat "centralizada no horizonte metafísico" e só então, nesse feliz e interminável dia entenderemos o suspiro que emanou dos águas que entrecortaram o cáustico Israel: Este é meu filho amado em quem me comprazo (Mt 3:17b)





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Thiago Barbosa

quinta-feira, 25 de março de 2010

Quando líderes modernos copiam Zaratustra

Enfim terminei a releitura do “livro amaldiçoado”. Assim falou Zaratustra é uma obra prima. Um grito profundo de agonia mediante uma humanidade que não assume a soberania da consciência. Embora muitos duvidem, continuo cristão. Isso se dá pela plena concepção de Deus ser símbolo para Deus. Paul Tillich, o teólogo da cultura, nos salva do ácido causticante emanado das vociferações “Nietzschianas” ao apresentar a impossibilidade de representação real do Sagrado. Nossos apontamentos ao Deus nada mais é que especulação, Deus é símbolo por ser impossível sua descrição por ser sua essência reclusa à metafísica. O Deus morto por Zaratustra é símbolo, molde, charge, imaginário humano. A real essência divina não se faz conhecida. Nenhuma novidade, afinal, Feuerbach em seu “A essência do Cristianismo” já apontava ser a teologia, nossa amada e exaltada “ciência”, nada mais que antropologia. Nesse aspecto Zaratustra é poeta, a Saga do profeta nos encaminha aos calabouços mais profundos, aos grilhões mais resistentes, à angustia mais profunda do homem em sua busca de uma visão, enfim, antropocêntrica.

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Minha triste constatação se dá na cópia “ipsis litteris” das ações aristocráticas apresentadas por Nietzsche em Zaratustra, e pior, a cópia se dá nas comunidades de fé religiosa. Nas igrejas há tempos não se vê reflexão sobre o homem e sua interação com o mundo, há tempos não se vê relação fraterna de manutenção. Agora membros das comunidades de fé assumem a literalidade da imagem mítico-literária da “ovelha”. O povo, nas mãos dos péssimos líderes que se apresentam, tornou-se gado. Assim sendo:

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Se não nos convertermos e não fizermos como as vacas, não poderemos entrar no reino dos céus. Que há uma coisa que deveríamos aprender delas: é ruminar (refletir).

É, claro, de que serviria ao homem alcançar o mundo inteiro, se não aprendesse uma coisa, se não aprendesse a ruminar (refletir)?

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Pensando nos líderes de nossas comunidades, vejo outra passagem, tão cáustica como a anterior. Nossos líderes tornaram-se homens maus. Novidade alguma, já era real esse apontamento no Antigo Israel. Assim apontava o salmista no cap. 53:3-4. (Desviaram-se todos, e, juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, não há sequer um. Acaso não têm conhecimento os que praticam a iniqüidade, os quais comem o meu povo como se comessem pão, e não invocam a Deus?). Os líderes eram maus no livro de Salmos, igualmente malévolos no grito de Zaratustra e no coração de Nietzsche, e, infelizmente, continuam trilhando esse caminho em nossos dias. Assim falou Zaratustra:

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Que me importam a praça pública e a populaça e as orelhas compridas da populaça?

Homens superiores, aprendei isto comigo: na praça pública ninguém acredita no homem superior. E se teimais em falar lá, a populaça diz: Todos somos iguais.

Homens superiores, assim diz a populaça. Não há homens superiores; todos somos iguais; perante Deus um homem não é mais do que outro; todos somos iguais!

Perante Deus! Mas agora esse Deus morreu; e perante a populaça nós não queremos ser iguais. Homens superiores, fugi da praça pública!

...Ó meus irmãos! Subjulgai-me esses senhores atuais (os da praça pública), subjulgai-me essa gentinha!; são o maior perigo para o Super-homem.

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Homens da praça pública, vejam sua força! Afinal, quando Deus fizer voltar os cativos do seu povo, então se regozijará Jacó e se alegrará Israel (Sl 53:6b).

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Quanto a mim resta a esperança de aprender com erros de outros e desviar dos tropeços dos que me antecederam.

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Thiago Barbosa

Da (in)utilidade da Teologia

É bem cento que exista na Filosofia várias noções e óticas sobre o conceito de utilidade de todas as coisas. Por muito que sejam as visões, discorrerei de apenas uma delas, que segundo creio, será de grande valor em nossa reflexão.
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Comecemos nos perguntando: O que vem a ser utilidade? Por senso comum afirmariamos ser algo que sem o qual determinada realização ou pensamento estaria incompleto. Citemos o exemplo do metrô, que nos é útil para nos transportar até um destino pré-estabelecido. Sendo assim, utilidade portanto, consistiria em algo que nos serve de instrumento.
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Seguindo em raciocínio, questiono o valor daquilo que é útil: seria de maior valor o objeto que nos é útil, ou o objeto que se serve do útil para existir? Em outras palavras, o metrô haveria de ser mais importante do que o objetivo que temos ao pegá-lo? O martelo de um carpinteiro haveria de ser mais importante do que a mesa que através dele se faz? Se decidirmos seguir esse raciocínio chegaremos a conclusão de que aquilo que é útil não possui valor em si, a não ser aquele conferido-lhe em função de sua utilidade? Creio que seria exatamente esta conclusão.
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Uma obra de arte idealizada para servir de decoração possuiria mais valor do que aquela arte que nasce do artista em seu momento de êxtase estético? Pensando assim, se o útil é sempre usado como um instrumento, e se o instrumento não possui valor em si, mas naquilo que se direciona, logo concluiremos que o útil não possui valor, em detrimento de sua instrumentalidade.
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No âmbito teológico, questiono meus sinceros amigos: haveria de existir na Teologia uma não-utilidade que a levasse possuir valor em si e não em sua serventia? Atistóteles afirmou que a EUDAIMONIA, ou felicidade, é a única coisa existente que não serve à nada e nem à ninguém. Afinal, quem ficaria feliz para depois fazer uma graduação? Antes, faz graduação para ser feliz! Ou ser feliz para se casar? Pelo contrário, se casa para ser feliz. Por não estar a serviço de ninguém, a felicidade é o bem mais valoroso existente. Semelhantemente, poderiamos dizer que a Teologia é valiosa em si, ou ela nos é útil para sermos líderes esclesiásticos ou estudiosos? Entramos em seus obscuros porões para sermos detentores dos mistérios ocultos e sermos aplaudidos por muitos, ou vasculhamos seus textos em busca daquilo que é por si só?
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Ou sejamos ardentes apaixonados pela inutilidade desse saber, ou lhe conferimos utilidade e a prostituimos...
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Alan Buchard

Da velhice


Dedico este post ao amigo Jonathan, que em sua epifania saudosa, lamenta os anos que antes almejava. Furto-me do título da carta XII do filósofo Sêneca, e copio no título. Creio que retratará bem a situação.

"Devo isto à minha vila: onde quer que eu fosse, parecia-me evidente a minha velhice. Abarquemos e amemos a velhice: é cheia de prazeres, se sabermos fazer uso dela. Agradabilíssimo são os frutos de fim de estação; a infância é mais bela quando está por terminar; o último gole de vinho é o mais agradável aos que gostam de beber, aquele que entorpece, que dá à embriaguez o impulso final. De cada prazer, o melhor é o fim. É doce a idade avançada, mas não ainda sob a decrepitude, e também eu penso que o período extremo da vida tem os seus prazeres ou, ao menos, no lugar dos prazeres, não sentir mais necessidade deles. como é doce ter se cansado e abandonado os desejos!" (Sêneca, carta XII)

Se isso lhe servir de algo grande amigo, fico feliz em lhe trazer às reflexões dos filósofos epicuristas e estóicos, mas ora, você também pode encontrar na sapicientalidade do livro de eclesiáste, apesar do "pregador" tender mais para o lado do Niilismo. Por ora, reflita. Nunca é tão tarde para fazer o eterno retorno.

PS: Digo aos amigos que voltarei a estar presente em suas discussões, finalmente retornei ao mundo cybernetico.
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Alan Buchard

domingo, 21 de março de 2010

Prazer em poucas coisas


1. Uma vez, um homem muito mais experiente que eu disse-me que quando se é jovem muitas coisas são prazerosas; a energia vital impulsiona o viver, intensamente, a cada oferta da vida - com ardor. Mas quando se chega à idade dos cabelos brancos, poucas coisas restam como prazer, ficando, somente, angustias. É claro que, na época, achei meio pessimista o pensamento, hoje, porém, mesmo ainda jovem, mais próximo dos trinta, vejo que o paladar capta menos os sabores das guloseimas da vida do que antes.



2. Alguma coisa começa a trazer perturbação. Parece que a magia e a paixão com que se encara a vida, vão se esvaindo e, quase que de ímpeto, bate na porta da consciência a angustia do tempo e do mundo dos homens. O tempo passa, e é necessário acordar. Assim, vamos perdendo o prazer, a mágica percepção, a energia.



3. Já me sinto velho. E não penso que ser velho é ruim, mas a consciência da velhice pode trazer alguns desprazeres quando entendemos que as limitações se aproximam enquanto a vida passa. Tão novo – dizem – mas o que domina mesmo, principalmente nesses tempos, em minha alma, é um espírito envelhecido. Poucas coisas me dão prazer na vida, talvez três ou quatro coisas. Uma delas me dar extremo prazer, o que ainda posso sentir, é estar do lado de kel.



4. Ao lado dessa pequena deusa de 1,43 m , me deleito. Entrego-me e vivo bem aqueles apelos de Cantares. Quando conclamado a “correr... celebrar o amor mais que o vinho...” rapidamente me apresento. “Nosso leito é toda relva”! O desejo de viver a humanidade e experimentar os desejos dessa “carne”, platonicamente condenada, tão separada da pureza dos céus!



5. Os livros também me dão prazer. Apesar de ser novato na arte da leitura, prática dos intelectuais, procuro me dedicar, não somente em decifrá-los, mas também tê-los. Neles, tenho me encontrado sempre na busca de um sonho de criança: ser um daquelas “caras intelectuais, de óculos e tudo...”.



6. A música conclui meus objetos de prazer. Ela faz parte de minha vida desde os oito anos quando saíram os primeiros sopros na flautinha doce, ainda bem inocentes, nos cultos de domingo à noite na pequena “Fonte de Água Viva”. Desde então despertou o espírito artístico no jovem negro filho de operário, filho de mulher do lar... Quem diria, um dia sonhou, e tocou no Municipal!



7. Essas poucas coisas não estão distantes num lugar celeste, não preciso esperar, satisfaço-me aqui e agora. Poucas coisas, mas estão em minhas mãos e por isso as faço meu prazer pois



“Os vivos sabem ao menos que morrerão; os mortos, porém, não sabem de mais nada. Não há para eles retribuição, uma vez que a sua lembrança é esquecida. Seu amor, ódio e ciúmes já pereceram, e eles nunca mais participarão de tudo o que se faz debaixo do sol.” (COÉLET 9,5)


Jonathan

sexta-feira, 19 de março de 2010

Em resposta ao blog MENSAGENS BÍBLICAS

Este post se dá no intuito de falar de coisas sumamente importantes e que creio não ser produtivo que fiquem restritas ao ambientes dos comentários. Esses ambientes em nossos blogs não são devidamente acessados e infelizmente contém um nº pré-estipulado de caracteres.

Aqui pronuncio sobre dois post de um blog chamado "mensagens bíblicas". Abaixo segue os links para acesso e leitura do que foi escrito, minha colocação aqui é posterior à

sexta-feira, 19 de março de 2010

AMO O SEMINÁRIO DO SUL... MAS CONTINUO DISPOSTO A NÃO PAGAR A CONTA!

http://ezequiaspastor.blogspot.com/2010/03/eu-amo-o-seminario-do-sul-mas-nao-vou.html
http://ezequiaspastor.blogspot.com/2010/03/amo-o-seminario-do-sul-mas-continuo.html


Minha colocação se dá desta forma...



vamos lá, tens meus mais sinceros agradecimentos e reconhecimento, já que é bastante comum que comentários contrarios à posição do autor sejam simplesmente deletados. Parabéns, esse é um ótimo passo à disposição de um diálogo aberto, franco, e que peço a Deus não nos indisponha sob nenhum aspecto. Agradeço por permitir a publicação de meu comentário em seu blog e reintero minha intenção em aumentar as possibilidades sobre os assuntos relativos à denominação Batista que ambos amamos.

1 - sobre ser neo-liberal: penso ser esse um termo amplamente difundido e pouquíssimo conhecido em nosso país, pena ser esse termo usado de forma errônea. Não sou liberal, aliás desconheço no Brasil um só teólogo que profece a teologia liberal. É comum confundir o método historico-critico com teologia liberal, é o mesmo que confundir "alhos com bugalhos". Minha preocupação é sim com a ética e a moral que ronda nossas comunidades, infelizmente a Batista esta em destaque atualmente, mas não apenas a moral dos "neo-liberais", até porque não o sou.

2 - sobre os Batista bíblicos: sinceramente pensei que todos os batistas fossem bíblicos, e sinceramente creio que o sejam. O ponto discutível é a hermenêutica de cada um. Sou tão batista que, creio no livre exame das escrituras. E mais ainda, creio que a fé genuína deve estar aliada à razão e ainda que sou autônomo em minha consciência humana e por conseguinte cristã como rege o documento dos Princípios Batistas. É esse documento que permite ao Batista assenhorar-se do texto bíblico e aproximar-se com tanta liberdade dele. Portanto, seja por meio de qualquer método exegético ou hermenêutico o Batista é em essência bíblico. Cada um embase seus argumentos da melhor forma possível, e esteja sempre pronto a defender e, quem sabe, reformular seus argumentos.

3 - Sobre vender parte do seminário do sul: Tanto eu quanto o sr. não temos competência para arbitrar sobre tal ponto. Não sou contrário á venda de partes do terreno grandioso desse seminário, só penso ser um despautério caso não seja realmente necessária a venda. Resta nossa orações para que as decisões administrativas, que não nos dizem respeito, serem as melhores e mais coerentes possíveis.

4 - sobre o "desvio" dos fundos missionários - O seminário é o local de formação dos futuros obreiros, este, como o sr. mesmo é prova, é um local onde se formam pastores e missionários para alimentarem as missões mantidas pela denominação Batistas. O sr. é o bom pastor e missionário que é graças a este local, que mesmo em sua época já apresentava vários sintomas de descaso. Creio também ser no mínimo leviano não apresentar essa possibilidade às igrejas antes de suas contribuições às ações missionários. Todo esse processo deve ser devidamente apresentada e embasada para que os contribuintes não se sintam lesados. Creio ser essa uma medida viável em um período vindouro, embora seja intrínseca em demasia a relação emtre STBSB e agências missionárias.

5 - Sobre a denominação dos "Batistas livres" - Este já é um triste capítulo em nossa história. Década de 60/70 mostrou como podemos ser duros de coração e simplesmente segregar pessoas de nosso meio. Penso não ser esse o caminho, penso ser o diálogo, as interlocuções e os pensamentos em conjunto que salvarão nossa amada denominação desse turbilhão de vergonha que se encontra. Portanto, outra denominação seria mais uma prova de nossa incoerência doutrinária e incapacidade de conviver com os diferentes. Outro "racha", na denominação, não!

6 - Sobre cursos de extensão, pós-graduação e aprofundamento - Esta é uma necessidade no Brasil e totalmente plausível de ser equiparada com uma casa de graduação. Não se pode ter uma boa instituição de pós-graduação sem que se tenha uma excelência em graduação na mesma casa. Basta olharmos, mesmo que de soslaio as universidades do país e do mundo todo. Esta é uma característica do STBSB, sua excelência na graduação. Penso ser esta casa a segunda melhor graduação em teologia do país, perdendo apenas para a EST-RS. Desculpe-me as PUC e outros cursos como UMESP e MACKENZIE, mas, o curso de graduação da FABAT é de muito boa qualidade. Isso claramente se dá à vasta gama de possibilidades hermenêuticas e "linhs teológicas" que são abordadas. Mesmo sendo os professores em sua grade maioria Batistas (e bons batistas), todos eles são acima de tudo livres para apresentar as várias linhas de conhecimento. Resta ao aluno a maturidade e responsabilidade de optar por qual caminho deve trilhar. Aqui as perspectivas epistemológicas são apresentadas e o aluno é livre (como bons batistas) para escolherem as escolas teológicas que optarem, e mesmo com essa pluralidade eminente o campus Fabat respira ares harmoniosos.

Senhor Ezequias, o que realmente me entristece é ver o mercantilismo que pleitea nosso convívio como denominação histórica. Os maiores vultos a se levantarem contra a centenária "escola da colina" são hoje "donos", "mantenedores" e "reitores" de uma infinda lista de seminários que se levantam principalmente no RJ. São essas pessoas, com claros interesses diretos no fechamento do STBSB, que se levantam contra essa casa que, oportuna, honrada e amigávelmente formou esses líderes de nossa época. São pessoas que perderam em sua caminhada conceitos como: gratidão e reconhecimento.

Certo de um convívio harmonioso e fraterno, mesmo com os de pensamento diferentes, dou-lhe o agradecimento pela liberdade de opinar sobre seus escritos.

A paz que excede todo o entendimento esteja sempre conosco.

Thiago Barbosa

quarta-feira, 17 de março de 2010

Fantasiando e filosofando sobre os eventos da colina...



Em tempos antigos, imemoriais, quando os homens ainda relacionavam-se intimamente com seus deuses, estes, os deuses, tinham moradas para seu abrigo e deleite. Assim, homens e deuses caminhavam dia após dia em uma proximidade marital. Com os anos, homens tornaram-se emancipados dos deuses. Mal sabiam que esses deuses eram construtos de vossas mentes, afinal, o Deus AUTÊNTICO não se dá a conhecer tão facilmente, ele se mantém recluso, no alto de sua colina, sua morada, AUTÊNTICO mostra-se interessado nos desejos humanos e no desenrolar destas ações humanísticas e humanizadas.

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Assim, percebendo Deus a emancipação humana da essência divina e o uso maldoso, inescrupuloso, arrogante e vil do seu nome, ele, Deus O AUTÊNTICO, toma para si outra colina, essa peculiar e exótica por demasia. A colina guarda sobre suas penhas pedregosas a magia que emana das florestas, das matas, animais e plantas, que refletem, apresentam e paradoxalmente escondem a essência criadora e libertária de AUTÊNTICO. Abaixo dessa colina há um pasto, os homens emancipados da essência do AUTÊNTICO habitam o pasto, manipulam o pasto, usurpam do pasto, eles, os homens emancipados do AUTÊNTICO, é o pasto que perfaz os pés da “sagrada colina”, lar do AUTÊNTICO.

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Assim se fez o cenário desta fantasiosa história, Deus, O AUTÊNTICO, habitava em sua colina sagrada, onde as nuvens tocavam o pico longínquo e isolado estava seu trono de gloria. Lá, entre as nuvens, no ápice da colina, longe, mas tangível, habita O AUTÊNTICO. Abaixo, aos pés da colina estão os homens detentores prepotentes do nome de O AUTÊNTICO, e com eles a massa de gente manipulável ao som do nome d’O AUTÊNTICO. O nome d’O AUTÊNTICO tem força em demasia, poder em demasia, glória e honra em demasia, tanto que se torna um deus, não supremo como O AUTÊNTICO, mas só deter o nome é deter deus, O LIMITADO, o nome do AUTÊNTICO assume forças divinas e é conhecido como O LIMITADO, sendo assim, o AUTÊNTICO é essência e O LIMITADO é símbolo, ambos deuses. Entre O AUTÊNTICO e O LIMITADO há a magia, a vida, o mistério e a infinidade das possibilidades das matas. Elas, as matas, são as guardiãs do trono d’O AUTÊNTICO.

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Nas florestas, à distância de meio caminho entre O AUTÊNTICO e O LIMITADO surge uma escola, no intuito de se abrir para a essência relacional com O AUTÊNTICO. Lá, na escola da floresta, a meio caminho entre O AUTÊNTICO e O LIMITADO, crianças buscam conhecer de deuses e de suas ações humanizadas e humanísticas. Crianças, repletos por anos d’O LIMITADO sobem a colina e ouvem os sussurros tímidos d’O AUTÊNTICO, sussurros tímidos, mas intermitentes, tímidos, mas desconcertantes, afinal, nos sussurros d’O AUTÊNTICO há a inegável realidade que os gritos d’O LIMITADO são apenas desespero pelo controle, pela manipulação da massa que pasta ao sopé da colina sagrada.

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Anos transitam em um período imemoriável, as crianças deixam suas criancices nos calabouços do tempo e tornam-se homens. Senhores de suas escolhas. Nesse período entre as matas e as nuvens, entre os animais e as águas gélidas, entre celulose e grafite as crianças-homens deve escolher entre os gritos, o controle, o juízo, a manipulação e o rebanho que pasta ao sopé da colina e espera as posições ditatoriais d’O LIMITADO e seus líderes, ou optar entre os sussurros, a liberdade, a dúvida, o imperativo de cuidar das bolhas de sabão que flutuam ao sopé da colina e esperam a brisa de quem opta pelo AUTÊNTICO.

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Anos e anos, desde tempos imemoriáveis, os deuses fizeram crianças tornarem-se homens nessa escola da floresta, a meio caminho entre O AUTÊNTICO e O LIMITADO, na escola da colina de DEUS.

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O temor da escola da floresta está no dia em que O LIMITADO e seus seguidores serão em maior número que os seguidores d’O AUTÊNTICO. Nesse dia, em que os controladores do pasto no sopé da colina se esquecer por completo dos sussurros tímidos do AUTÊNTICO hão de tentar fechar a escola da floresta, calarão a escola da colina sagrada no intuito que não se ouça os sussurros d’o AUTÊNTICO e não haja mais as possibilidades das florestas. Só não contavam que ao chegar o dia do fim na escola haveria tantas crianças ouvindo os sussurros d’O AUTÊNTICO e ainda dispostas a acalentar as bolhas de sabão ao sopé da colina. O LIMITADO e seus seguidores buscarão gerar medo nas crianças da colina libertando sobre elas seu CÉRBERO em sua plenitude de fúria, pobre CÉRBERO, seus rugidos, que condenam as crianças ao hades, Sheol ou inferno, não surtirão efeito, afinal, nos ouvidos das crianças da colina há apenas o sussurro suave e libertário que emana d’O AUTÊNTICO.

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Volte CÉRBERO, volte senhores do cajado, volte LIMITADO, na colina agora é tempo de atentar para o sussurro do AUTÊNTICO.

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Thiago Barbosa

segunda-feira, 15 de março de 2010

Das catástrofes naturais

Há meses temos ouvido sobre os desastres que assolaram a população de vários países do mundo. Não é infelicidade dos de terceiro mundo somente, dos pobres, daqueles cuja vida é marcada pela desvantagem, mas choram, também, os de primeiro mundo: França, Portugal, Inglaterra – quem diria! O que se poderia dizer? O feitiço virou contra os feiticeiros? Talvez esse fosse um diagnóstico, na mesma medida dos fundamentalistas, que os Latino-americanos poderiam proferir. Não. Não com a mesma medida. E, também, não se usaria de tamanha ignorância, não como em outros tempos, das infecções de uma teologia canônico-fundamentalista das “missões dos paises do norte”. Amadurecemos.

A tradição canônica, que por um longo tempo prevaleceu nas leituras dos textos sagrados – o que ainda se pode ver – distanciou o pensamento teológico das realidades imediatas, da leitura da vida, do “lugar vivencial”. O texto bíblico se manteve numa esfera mágica, projetando o futuro numa série de acontecimentos escatológicos, cujas catástrofes naturais seriam o prenúncio. Deus retribuirá a impiedade dos maldosos, daqueles que não aceitam a salvação. Se nossa leitura assim permanecesse, estaríamos reproduzindo a hermenêutica tradicional, dura, o que, penso eu, não responde às exigências da modernidade e não justifica a batalha travada desde os anos cinquenta em favor da emancipação do pensamento e do imaginário latino americano. “Germes de emancipação contagiaram uma série de cristãos que se formaram no interior da sociedade latino-americana, iniciando um processo de amadurecimento político e cultural”. (CABRAL. 2009)

O diagnóstico que poderíamos dar como religiosos latinos é, em si, uma crítica às políticas ambientais dos países de primeiro mundo, principalmente, os que acumulam a maior porcentagem de lucro industrial do globo. Responsabilizaríamos Deus por toda essa tragédia como o vingador dos oprimidos? Penso que não. E de fato, nossa teologia já caminha sozinha e tem consciência de que, nesse caso, a natureza responde às irresponsabilidades egoístas e abusivas dos homens. Ação e reação, assim dita a lei. Sem argumentos fossilizados numa “espiritualidade-político-imperalista”, levantamos nossas vozes num protesto racional, anunciador, denunciador e profético.

Lamentamos muito - não condenamos. Vidas perdidas, bens, sonhos. Triste. Angustiante ver pessoas, europeus ou afroindiolatinos, chorando seus mortos. Lamentamos o egoísmo do homem moderno e industrial, que deixa suas marcas, suas pegadas profundas no chão do planeta. Não há como não perceber sua passagem, o meio ambiente que o diga.

Em se falando de diagnósticos, numa plataforma, digamos, escatológica; o “fim das coisas” poderia ser fruto da ação transformadora/destruidora de uma sociedade capitalista desprovida de uma consciência planetária. A política neo-liberalista exclui de seus projetos a manutenção da vida, do bem comum, afixando suas ideologias de lucratividade, um veneno que, aos poucos, tem destruído as esperanças do bem que é comum a todos: nossa casa, Terra. Bem como afirma Leonardo Boff:

“Um dos efeitos mais avassaladores do capitalismo globalizado e de sua ideologia, o neo-liberalismo, é a demolição da noção de bem comum ou de bem-estar social. Sabemos que as sociedades civilizadas se constroem sobre duas pilastras fundamentais: a participação (cidadania) e a cooperação.Juntas criam o bem comum. Mas este foi enviado ao limbo da preocupação política. Em seu lugar, entraram as noções de rentabilidade, de flexibilização, de adaptação e de competitividade. A liberdade do cidadão é substituida pela liberdade das forças do mercado, o bem comum, pelo bem particular e a cooperação, pela competitividade.

A participação e a cooperação asseguravam a existência de cada pessoa e a vigência dos direitos. Negados esses valores, a existência de cada um não está mais socialmente garantida nem seus direitos afiançados. Logo, cada um se sente constrangido o garantir o seu: o seu emprego, o seu salário, o seu carro, a sua família. Ninguém é levado, portanto, a construir algo em comum. A única coisa em comum que resta, é a guerra de todos contra todos em vista da sobrevivência individual.

Neste contexto, quem vai pensar o destino comum da espécie humana e da única casa coletiva, a Terra? Quem cuidará do interesse geral dos 6,3 bilhões de pessoas? O neoliberalismo é surdo, cego e mudo a esta questão fundamental. Seria contraditório suscitá-la, pois defende concepções políticas e sociais diretamente em oposição ao bem comum. Seu propósito básico é: o mercado tem que ganhar e a sociedade deve perder. Pois é o mercado que vai regular e resolver tudo. Se assim é por que vamos construir coisas em comum? Deslegitimou-se o bem-estar social.

Um dos efeitos mais avassaladores do capitalismo globalizado e de sua ideologia, o neo-liberalismo, é a demolição da noção de bem comum ou de bem-estar social. Sabemos que as sociedades civilizadas se constroem sobre duas pilastras fundamentais: a participação (cidadania) e a cooperação.Juntas criam o bem comum. Mas este foi enviado ao limbo da preocupação política. Em seu lugar, entraram as noções de rentabilidade, de flexibilização, de adaptação e de competitividade. A liberdade do cidadão é substituida pela liberdade das forças do mercado, o bem comum, pelo bem particular e a cooperação, pela competitividade.

A participação e a cooperação asseguravam a existência de cada pessoa e a vigência dos direitos. Negados esses valores, a existência de cada um não está mais socialmente garantida nem seus direitos afiançados. Logo, cada um se sente constrangido o garantir o seu: o seu emprego, o seu salário, o seu carro, a sua família. Ninguém é levado, portanto, a construir algo em comum. A única coisa em comum que resta, é a guerra de todos contra todos em vista da sobrevivência individual.

Neste contexto, quem vai pensar o destino comum da espécie humana e da única casa coletiva, a Terra? Quem cuidará do interesse geral dos 6,3 bilhões de pessoas? O neoliberalismo é surdo, cego e mudo a esta questão fundamental. Seria contraditório suscitá-la, pois defende concepções políticas e sociais diretamente em oposição ao bem comum. Seu propósito básico é: o mercado tem que ganhar e a sociedade deve perder. Pois é o mercado que vai regular e resolver tudo. Se assim é por que vamos construir coisas em comum? Deslegitimou-se o bem-estar social.

Um dos efeitos mais avassaladores do capitalismo globalizado e de sua ideologia, o neo-liberalismo, é a demolição da noção de bem comum ou de bem-estar social. Sabemos que as sociedades civilizadas se constroem sobre duas pilastras fundamentais: a participação (cidadania) e a cooperação.Juntas criam o bem comum. Mas este foi enviado ao limbo da preocupação política. Em seu lugar, entraram as noções de rentabilidade, de flexibilização, de adaptação e de competitividade. A liberdade do cidadão é substituida pela liberdade das forças do mercado, o bem comum, pelo bem particular e a cooperação, pela competitividade.

A participação e a cooperação asseguravam a existência de cada pessoa e a vigência dos direitos. Negados esses valores, a existência de cada um não está mais socialmente garantida nem seus direitos afiançados. Logo, cada um se sente constrangido o garantir o seu: o seu emprego, o seu salário, o seu carro, a sua família. Ninguém é levado, portanto, a construir algo em comum. A única coisa em comum que resta, é a guerra de todos contra todos em vista da sobrevivência individual.

Neste contexto, quem vai pensar o destino comum da espécie humana e da única casa coletiva, a Terra? Quem cuidará do interesse geral dos 6,3 bilhões de pessoas? O neoliberalismo é surdo, cego e mudo a esta questão fundamental. Seria contraditório suscitá-la, pois defende concepções políticas e sociais diretamente em oposição ao bem comum. Seu propósito básico é: o mercado tem que ganhar e a sociedade deve perder. Pois é o mercado que vai regular e resolver tudo. Se assim é por que vamos construir coisas em comum? Deslegitimou-se o bem-estar social.” (BOFF. 2003)

Que tenhamos sempre no coração a esperança e a utopia do mundo onde “ a criança brinca com a serpente” onde não haverá diferença entre raças onde não haverá primeiro nem terceiro mundo. Onde todos tem a consciência de que a “casa” pertence à todos e todos tem responsabilidade com ela. Que as palavras escatologicamente geradas na mente do próprio homem, o faça repensar seus pecados.

Esse é o diagnóstico de um religioso afroindiolatino.

Jonathan