A arte de pensar livremente

A arte de pensar livremente
Aqui somos pretensiosos escribas. Nesses pergaminhos virtuais jazem o sangue, o suor e as lágrimas dos que se propõem a pensar com autonomia. (TeHILAT HAKeMAH YIRe'aT YHWH) prov 9,10a

quarta-feira, 17 de março de 2010

Fantasiando e filosofando sobre os eventos da colina...



Em tempos antigos, imemoriais, quando os homens ainda relacionavam-se intimamente com seus deuses, estes, os deuses, tinham moradas para seu abrigo e deleite. Assim, homens e deuses caminhavam dia após dia em uma proximidade marital. Com os anos, homens tornaram-se emancipados dos deuses. Mal sabiam que esses deuses eram construtos de vossas mentes, afinal, o Deus AUTÊNTICO não se dá a conhecer tão facilmente, ele se mantém recluso, no alto de sua colina, sua morada, AUTÊNTICO mostra-se interessado nos desejos humanos e no desenrolar destas ações humanísticas e humanizadas.

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Assim, percebendo Deus a emancipação humana da essência divina e o uso maldoso, inescrupuloso, arrogante e vil do seu nome, ele, Deus O AUTÊNTICO, toma para si outra colina, essa peculiar e exótica por demasia. A colina guarda sobre suas penhas pedregosas a magia que emana das florestas, das matas, animais e plantas, que refletem, apresentam e paradoxalmente escondem a essência criadora e libertária de AUTÊNTICO. Abaixo dessa colina há um pasto, os homens emancipados da essência do AUTÊNTICO habitam o pasto, manipulam o pasto, usurpam do pasto, eles, os homens emancipados do AUTÊNTICO, é o pasto que perfaz os pés da “sagrada colina”, lar do AUTÊNTICO.

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Assim se fez o cenário desta fantasiosa história, Deus, O AUTÊNTICO, habitava em sua colina sagrada, onde as nuvens tocavam o pico longínquo e isolado estava seu trono de gloria. Lá, entre as nuvens, no ápice da colina, longe, mas tangível, habita O AUTÊNTICO. Abaixo, aos pés da colina estão os homens detentores prepotentes do nome de O AUTÊNTICO, e com eles a massa de gente manipulável ao som do nome d’O AUTÊNTICO. O nome d’O AUTÊNTICO tem força em demasia, poder em demasia, glória e honra em demasia, tanto que se torna um deus, não supremo como O AUTÊNTICO, mas só deter o nome é deter deus, O LIMITADO, o nome do AUTÊNTICO assume forças divinas e é conhecido como O LIMITADO, sendo assim, o AUTÊNTICO é essência e O LIMITADO é símbolo, ambos deuses. Entre O AUTÊNTICO e O LIMITADO há a magia, a vida, o mistério e a infinidade das possibilidades das matas. Elas, as matas, são as guardiãs do trono d’O AUTÊNTICO.

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Nas florestas, à distância de meio caminho entre O AUTÊNTICO e O LIMITADO surge uma escola, no intuito de se abrir para a essência relacional com O AUTÊNTICO. Lá, na escola da floresta, a meio caminho entre O AUTÊNTICO e O LIMITADO, crianças buscam conhecer de deuses e de suas ações humanizadas e humanísticas. Crianças, repletos por anos d’O LIMITADO sobem a colina e ouvem os sussurros tímidos d’O AUTÊNTICO, sussurros tímidos, mas intermitentes, tímidos, mas desconcertantes, afinal, nos sussurros d’O AUTÊNTICO há a inegável realidade que os gritos d’O LIMITADO são apenas desespero pelo controle, pela manipulação da massa que pasta ao sopé da colina sagrada.

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Anos transitam em um período imemoriável, as crianças deixam suas criancices nos calabouços do tempo e tornam-se homens. Senhores de suas escolhas. Nesse período entre as matas e as nuvens, entre os animais e as águas gélidas, entre celulose e grafite as crianças-homens deve escolher entre os gritos, o controle, o juízo, a manipulação e o rebanho que pasta ao sopé da colina e espera as posições ditatoriais d’O LIMITADO e seus líderes, ou optar entre os sussurros, a liberdade, a dúvida, o imperativo de cuidar das bolhas de sabão que flutuam ao sopé da colina e esperam a brisa de quem opta pelo AUTÊNTICO.

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Anos e anos, desde tempos imemoriáveis, os deuses fizeram crianças tornarem-se homens nessa escola da floresta, a meio caminho entre O AUTÊNTICO e O LIMITADO, na escola da colina de DEUS.

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O temor da escola da floresta está no dia em que O LIMITADO e seus seguidores serão em maior número que os seguidores d’O AUTÊNTICO. Nesse dia, em que os controladores do pasto no sopé da colina se esquecer por completo dos sussurros tímidos do AUTÊNTICO hão de tentar fechar a escola da floresta, calarão a escola da colina sagrada no intuito que não se ouça os sussurros d’o AUTÊNTICO e não haja mais as possibilidades das florestas. Só não contavam que ao chegar o dia do fim na escola haveria tantas crianças ouvindo os sussurros d’O AUTÊNTICO e ainda dispostas a acalentar as bolhas de sabão ao sopé da colina. O LIMITADO e seus seguidores buscarão gerar medo nas crianças da colina libertando sobre elas seu CÉRBERO em sua plenitude de fúria, pobre CÉRBERO, seus rugidos, que condenam as crianças ao hades, Sheol ou inferno, não surtirão efeito, afinal, nos ouvidos das crianças da colina há apenas o sussurro suave e libertário que emana d’O AUTÊNTICO.

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Volte CÉRBERO, volte senhores do cajado, volte LIMITADO, na colina agora é tempo de atentar para o sussurro do AUTÊNTICO.

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Thiago Barbosa

Um comentário:

  1. Apesar dos sussurros do AUTÊNTICO estarem tímidos diante dos "Senhores do pasto", chegará o dia em que o clamor dos meninos-homens será ouvido.
    Triste ver estes "homens líderes" que se "assenhoraram" do que não era seu...estes "pastores do seu próprio rebanho" se ocuparam demais com seus afazeres eclesiásticos, segmentando um povo...enclausurando usas igrejas... esquecendo-se de que há um rebanho maior e um pastor maior....

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