Há alguns dias fomos provocados pela professora Celeste (professora de metodologia da FABAT) no intuito de construirmos uma citação direta longa e uma citação direta curta, ambas sob o auxílio de um pequeno fragmento de texto escrito pelo professor Carlos Alberto Pires. Scheleiermacher foi o filósofo abordado nesse pequeno fragmento e nessas linhas insiro na íntegra o produto dessa meditação bêbada, por ter se deleitado nas leveduras européias, de Scheleiermacher, Bonhoeffer e Kierkegaard.
O produto dá-se na tentativa de propor uma releitura das comunidades eclesiásticas, com um enfoque voltado para a teologia como fenomenologia. Ainda é muitíssimo pessoal e ocasionalmente pode provocar calafrios por indigestão. Afinal, destituir-se dos símbolos pode guiar-nos, ao menos temporariamente, por trilhas metafóricas de uma teologia perigosa para com o público – que pode eventualmente "ser/estar" enganado – mas ainda sim, isto é teologia. Aliás, tudo "nessa virtualidade bloggeana" é elucubração teológica, seja ontologia, seja metáfora, seja fenomenologia, tudo é elucubração. Mas toda a vida não é fermentação cognitiva? Não somos produtos levedados de um cogito/computo – computo/cogito?
A viagem – ao menos epistemológica – guia a outros mundos, aqueles mundos que só o inconsciente conhece. Mas eventualmente portais intergalácticos são abertos e o inconsciente se mostra. Aceita o convite? Todos a bordo?
Elabore um tema de monografia que você usando o texto de Scheleiermacher, crie uma citação direta curta e uma citação direta longa.
Tema: “CRISTIANISMO ARRELIGIOSO – o Cristo da subjetividade”.
a) Citação direta curta
O homem que se encontra adulto – sendo homem adulto aquele que se dispõe a viver alheio aos dogmas religiosos institucionais, bem como da epistemologia e da consciência religiosa – mas ainda assim apreende a relação com o divino como construtiva e libertadora, este homem “identificando-se com a revelação divina com a religiosidade que brota na intimidade da subjetividade do ser humano, que Scheleiemacher chama de sentimento”, encontra-se com a pessoalidade das intenções religiosas assenhorando-se do sentimento “Scheleiemacherriano” e da consciência crítica vigente na pós-modernidade. (PIRES, 2009 p.2)
b) Citação direta longa
Os preceitos formadores dos ideais da subjetividade e consciência são discutidos com entusiasmo por filósofos e teólogos na utópica intenção de conceituar termos e pensamentos que, em essência, mostram-se intangíveis, porém, permitem o fundamento formador da esperança na fé – sob a intencionalidade do desespero proposta por Kierkegaard - e da humanidade de Jesus, conceitos que aproximam e permeiam os pensamentos do cristianismo arreligioso ao homem adulto, bem como a obrigatoriedade do uso padrão de Jesus Cristo em sua humanidade – sob as ações morais e éticas da humanidade arreligiosa – ou ainda a ação subconsciente do Espírito Santo como consciência norteadora a padrões desfocados de ética e moral.
Se Scheleiemacher vincula a revelação à consciência religiosa individual, à subjetividade, para Hegel a revelação (e a encarnação – salvação) coincide com o processo evolutivo da história humana em sua globalidade. O histórico é a prolongação do devir de Deus que, introduzindo-se na história como Trindade, projeta-se em si mesmo na evolução gradual da humanidade, conduzindo-a desde um estado natural primitivo a uma plenitude da racionalidade e da liberdade. Neste dinamismo, Jesus se constitui em um ponto focal e central: Jesus é o ponto de inflexão onde Deus se faz presente e sai ao máximo para fora do seu mistério divino encarnando-se no Cristo. Desta forma, Jesus foi o giro, o passo da divina natureza à história, em que a auto-revelação inicial de Deus Pai na criação dará passagem a uma nova etapa: o amadurecimento moral e espiritual da humanidade de Deus. Entretanto, tão pouco cabe falar aqui de Jesus como plenitude dos tempos, se não como um momento central, da auto-comunicação de Deus, como realização do homem figurada no Cristo. Por isto Jesus tem que morrer para desaparecer e dar início à era do Espírito, quando alcançará sua plenitude e auto-realização divina e o progresso humano (e com ele a suprema revelação e salvação) que coincidem com a religião universal da razão. (PIRES, 2009 p.2)
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