A arte de pensar livremente

A arte de pensar livremente
Aqui somos pretensiosos escribas. Nesses pergaminhos virtuais jazem o sangue, o suor e as lágrimas dos que se propõem a pensar com autonomia. (TeHILAT HAKeMAH YIRe'aT YHWH) prov 9,10a

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

entre o Vaticano e Brasília

Permalink: http://www.zenit.org/article-22484?l=portuguese

Acordo entre Brasil e Santa Sé é aprovado na Câmara dos Deputados


Estatuto reconhece personalidade jurídica da Igreja Católica e ratifica normas


BRASÍLIA, quinta-feira, 27 de agosto de 2009 (ZENIT.org).- O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou na noite de ontem o Acordo entre o Brasil e a Santa Sé, relativo ao Estatuto Jurídico da Igreja Católica no país.

O Acordo de 20 artigos foi assinado em novembro de 2008 pelo ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e pelo secretário vaticano para as Relações com os Estados, o arcebispo Dominique Mamberti.

O secretário-geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), Dom Dimas Lara Barbosa, afirmou hoje no site do organismo que a aprovação pela Câmara dos Deputados “é um passo importante em direção à homologação do Acordo”.

Ao considerar que o texto “não fere o ordenamento jurídico brasileiro”, Dom Dimas afirmou que a laicidade de um Estado “não é coibir a prática religiosa, mas favorecer para que a religião possa ser regida da maneira mais simples possível”.

O estatuto ratifica uma série de normas já cumpridas no país, não trazendo a rigor elementos novos. Aborda questões como casamento, ensino religioso, imunidade tributária, vínculo religioso e não empregatício dos ministros ordenados.

Artigos

Pelo Acordo, por exemplo, a Igreja Católica compromete-se a dar assistência espiritual aos fiéis internados em estabelecimentos de saúde e prisionais.

O Estado brasileiro reconhece à Igreja o direito de constituir e administrar seminários e outros institutos eclesiásticos de formação e cultura, criar e modificar instituições eclesiásticas como dioceses, prelazias.

O texto afirma que o Estado “respeita a importância do ensino religioso em vista da formação integral da pessoa” e o constitui como disciplina no ensino fundamental das escolas públicas, com matrícula facultativa.

Sobre o casamento, destaca que, em conformidade com as leis canônicas e as exigências do direito brasileiro, a cerimônia produz também efeitos civis.

O Acordo garante o segredo do ofício sacerdotal, especialmente o da confissão sacramental, assegura imunidade tributária às pessoas jurídicas eclesiásticas e também para o exercício de atividade social e educacional sem finalidade lucrativa.

O texto assegura que o vínculo entre os ministros ordenados ou fiéis consagrados mediante votos e as dioceses ou institutos religiosos é de caráter religioso, não gerando vínculo empregatício.

Este formato de Acordo para disciplinar procedimentos de natureza religiosa foi possível porque o Vaticano tem personalidade jurídica de Direito Internacional Público, sendo reconhecido como Estado. O estatuto segue agora para ratificação do Senado.



Thiago Barbosa

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

O evangelho tem que ser metanóia - Mateus 11:28

Ainda creio em um evangelho que, por si só ,é mudança, metanóia reviver e renascer. Ainda creio na ausência total e completa de apelações subversivas, bem como abomino a utilização de artimanhas populistas e apelativas para que uma condição emocional seja alcançada mediante o famigerado "apelo-pós-mensagem".

Penso no que se tornou as salas de "catecumenos", já que o próprio nome parece se relacionar ao esvaziamento total e completo de pensamento. Tornou-se um lugar onde as pessoas são moldadas e abdusidas ao mundo que chamamos de "conversão". A conversão como passo de santificação ficou obtusamente atrelada à introspecção de doutrinas, dogmas, enviezamento da capacidade cognigitiva que permitiria que nossas comunidades pudessem comunicar-se efetivamente de forma real com o mundo, ao invés de se esconder nos calabouços da igreja ainda medieval e arcaica, incapaz de dialogar com o mundo do século XXI. Deturpamos o "discipulado" para que os discípulos nada mais fossem que sósias, bonecos de cera de nós mesmos, líderes da igreja. Esse fato se torna prática constante nos moldes de crescimento que se apresentam nas igrejas modernas, sejam G, M, P (3, 5,12 ou 144) ou o que quer que seja. O problema não é a sigla, mas o que fazemos com ela. A eficiência é incontestável, mas a que preço?

Claro, existem felizes e acalentadoras exceções, porém, tem se tornado raras e sempre estão atreladas a pouquíssimos líderes que ainda pensam seriamente nas "pessoas" e não nos padrões estatísticos que essas pessoas se tornaram.

Espero que ainda haja esperança para que o evangelho seja mudança, não por nossas artimanhas diretivas do pensamento alheio, mas pela essência de parcimônia e movimento que seus dizeres "cristocêntricos" conduzem em fomentam em nós humanos.

Abaixo o testemunho de Brian Head, ex-componente da banda KORN e o ator Stephen Baldwin. O evangelho só é eficiente quando internalizado, vivido e amado. Bom seria se esse esteriótipo fosse bem recebido em nossas igrejas como os "políticos engravatados" são. Infelizmente acho que só seriam aceitos pelas possibilidades dos seus dízimos.






Thiago Barbosa

domingo, 23 de agosto de 2009

Volta às aulas

Essa foi a primeira semana de aulas na colina. Voltemos à antiga rotina, ou nem tão antiga assim, de acordar bem cedo e utilizar-se daquela superlotada condução: 601.
Acho que até ai tudo bem. São os pequenos detalhes que imigrantes nunca se preocupam, antes de decidir viver numa cidade grande.

Foi um começo um tanto frustrado, pois a tão esperada disciplina “História da Igreja”, que se iniciaria no primeiro dia de aula, ficou para a segunda semana. Privilégio de poucos terem um professor que se aperfeiçoe na Cidade das Luzes. Que volte “Iluminado”, no sentido mais racional possível.

No entanto, pudemos desfrutar talvez, e assim espero, de uma nova fase da filosofia. A Modernidade chega com cheiro de revolução, ao menos para mim, Trazendo na bagagem as chaves para a análise racional, e nos encaminhando para o pensamento crítico.

As línguas originais também chegaram com ar de desafio e exigindo, “de prima”, dedicação e persistência. NT, de forma descontraída e um tanto excêntrica, chega com uma proposta confessional, mas deixando um brechinha, uma possibilidade chamada “método histórico crítico” bem lá no finalzinho da ementa elaborada pelo jovem professor, físico, teólogo e cientista da religião. AT, como de se esperar, elevando-nos à mais intrigante análise histórico/crítico/social do livro hebraico.

A novata sociologia, com propostas temáticas, e essas, de suma importância para a compreensão de processos históricos que devem também ser vistos por essa ciência. Vem com cautela demonstrando que precisa de mentes que refletem e que mastigam assuntos.

Se puder falar de mim, penso trazer também novidades. Não novidades que possam ser detectadas com facilidade, pois se encontram no fundo. Fundo, ainda acuada, talvez escondida por não estar pronta para se mostrar, fruto do ato de cavar, já que embaixo está a resposta. Fruto de autocrítica, influenciada por um tal de “Espírito Romântico”, lá dos “dezenove da história”. Um anseio (se posso chamar assim o estado de espírito que me encontro), pela autonomia, palavra que chega causar arrepio ao bater à porta da casa da Tradição. Em busca de uma fé diferente, sincera, mas diferente, talvez emancipada, livre da autoridade que vem de fora. Fé infantil, com cheiro de leite, se desenvolvendo. Indo em direção ao alimento mais sólido. Ainda não sinto brisa no rosto!

Ao mesmo tempo, me conscientizo, ou ao menos busco criar um senso de responsabilidade para com o próximo, sabendo que preciso zelar pelo bem de meus semelhantes e, de forma nenhuma, desejar retórico-politicamente “converte-los” à minha “verdade”.

Alem disso, a saudade dos amigos é grande. Allan, Tiago, vocês fazem falta...

Jonathan

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

ctrl-c, ctrl-v do site de Ricardo Gondim - Drummond e o fanatismo

Carlos Drummond de Andrade - Reflexões sobre o fanatismo
http://www.ricardogondim.com.br/Artigos/artigos.info.asp?tp=69&sg=0&form_search=&pg=1&id=2189


Não é fácil decidir se nossa época se caracteriza pelo excesso ou pela míngua de crença. Enquanto o século XVIII ficou marcado pelo racionalismo filosófico e revolucionário, e o século XIX pelo cienticismo e a idéia socialista,

o período em que vivemos não logrou ainda definir-se como um tempo ateu, místico, idealista, materialista, hedonista, surrealista, infantil ou bárbaro
.

Engajado em todos os rumos, nosso tempo não se entregou a nenhum deles, como os amantes se entregam no ato amoroso.

*


Contudo, certas formas de encantamento que observamos na vida contemporânea parecem confirmar a cediça verdade de que o homem é um animal religioso, ainda quando não o pareça e precisamente quando se esquiva a parecê-lo. Sendo o sentimento religioso aquele que mais identifica o indivíduo com a comunidade, temporal e intemporalmente, dir-se-ia que ele opera até na base dos movimentos dirigidos contra o próprio sentimento religioso.

O que mais caracteriza tais movimentos é, com efeito, a religiosidade profunda. Ritos, processos mentais, invocações, proselitismo, dogmas, crença ilimitada, tudo isso é posto em funcionamento-por baixo da zona de consciência, é claro- em nome de idéias e aspirações precisamente contrárias a qualquer espírito confessional.

*

Copiando a religião no seu natural fervor e na sua doação total do indivíduo a uma verdade absoluta, o homem de hoje, na espécie a que me refiro, chega a copiá-la nas suas deformações mais evidentes, como sejam a intolerância e o fanatismo. Estas, como se sabe, eram palavras do vocabulário religioso, ou melhor, do vocabulário que exprime a exacerbação do espírito religioso, às turras com os próprios religiosos não-ortodoxos ou com o simples incréu.

Hoje, são termos do vocabulário político, de onde imperceptivelmente escorrem para a vida literária e até para a do esporte. Ao definir em seu Dicionário Filosófico o conceito da tolerância ("perdoemo-nos reciprocamente nossas tolices; é a primeira lei da natureza"), Voltaire tinha em mente as guerras de religião, que desde o primeiro concílio de Nicéia vinham ensangüentando o mundo. Hoje em dia os concílios não têm mais poder para devorar homens; mas os partidos, certos partidos, têm.

E como se devora um homem? Já não se usam leões, e as fogueiras de há muito foram proscritas; mas a imaginação do fanático descobrirá sempre um método prestante para dar cabo do não-fanático; ou de outro fanático. Nem importa que essa imaginação seja curta; o fanatismo provê. As modernas execuções políticas não necessitam sequer ser efetivas. Sem dúvida, seria mais delicioso e reconfortante para o ortodoxo fritar literalmente as vísceras do herege que negou a divindade do líder X ou do tratadista Y. Como, porém, o serviço ainda não está organizado em todas as partes do mundo (não esquecer que muitos são fritados antes de fritar), há que contentar-se a gente com assados espirituais ou em efígie. As palavras são de grande serventia nessa eventualidade,e, aplicadas com perícia, produzem a morte política, a morte moral, a morte literária e outras mortes provisórias. Se o serviço chegar a instalar-se, tais palavras valerão como apontamentos, e então talvez se suprimam os adjetivos qualitativos.

*


Em rigor, não há ferocidade na imolação, real ou simbólica, do adversário. Há um sentimento de justiça social, quando não de comiseração humana. Nosso opositor é necessariamente um homem infeliz, desviado do reto caminho. Se ele abanou orelhas diante da primeira advertência da nossa folha oficial, se riu da segunda e não quis comparecer à audiência do nosso chefe imortal e infalível, se se recusa a pintar folhinha ou a fazer discurso rimado, há que lapidá-lo, por bem mesmo de sua alma. Todo o mecanismo psicológico e moral de Inquisição atua nesse raciocínio. Castigo é misericórdia.

*

Sem dúvida, é suave (para quem a pratica) a ortodoxia. Ela nos dispensa de exercícios incômodos, inclusive de revermos o objeto de nosso culto.


Já a heterodoxia e o livre exame importam em riscos intelectuais, que não interessa afrontar. E se apelidarmos de científica a nossa ortodoxia, lastreando-a com algumas idéias gerais imutáveis, embora continuamente as esqueçamos na prática, teremos estabelecido o fofo travesseiro, não da dúvida, como queria Montaigne, mas da certeza consoladora e apta a conferir-nos a suprema dignidade intelectual.

*

Eles também se sacrificam, os ortodoxos... É exato. A cada ortodoxia corresponde outra ortodoxia inconciliável. Esta liquida aquela. Os mártires proliferam, no alto dos postes, junto aos muros, nos subterrâneos, e como sempre nos tempos modernos, fora das religiões. Sem falar no sacrifício mental, voluntário, da auto-imolação a uma consigne de grupo.

Mas será o martírio prova de autenticidade de uma crença qualquer? Não constituirá antes um pseudo-argumento, próprio a iludir-nos, tanto quanto ao mártir?

Morrer por uma idéia é incontestavelmente sublime, porém na realidade dispensa-nos do trabalho de examiná-la, confrontá-la com outras, julgá-la. Variante útil: matar por uma idéia, que igualmente nos exime desse trabalho maior.

*

Estranhas perspectivas de um mundo que se deseja banhado de liberdade e funcionando em harmoniosa coexistência de temperamentos e tendências. Aspiramos a uma terra pacífica, através da crescente militarização dos espíritos, para já não falar na preparação bélica total. Pretendemos o congraçamento humano, eliminando a divergência política ou estética. E fazemos da injustiça, da incompreensão e do ódio os veículos de uma distante e soturna justiça, a ser desfrutada por alguns eventuais sobreviventes.



Realmente reflito se lutamos uma guerra pessoal, ou apenas nos entregamos a algo que não nos pertence. Fanatismo, sempre temi essa palavra. Aliás, meu temor é com o autoritarismo vazio e ineficaz. Autoritarismo, para azar da humanidade, tem substituido as autoridades, líderes efetivos - não aqueles imputados e empurrados goela a baixo. Sábias palavras de Shiloah Vasconcelos: "O líder se faz pela confiança que ele inspira em seus liderados."

Nossos líderes inspiram confiança? Ligue a tv em qualquer noticiário fajuto e responda.

Thiago Barbosa

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Na pessoalidade da minha estética.

É a estética a dimensão pragmática mais distintiva da espécie humana. A estética desabrocha desde a consciência de si, e floresce como sonho, imaginação, delírio, fantasia, projeção, poesia, metáfora. A própria linguagem, em um certo nível funcional constituindo um desdobramento da heurística e da política, transmuta-se em estética, quando desliga-se do mundo, e volta-se para dentro de si, si como o sujeito-linguagem que se expressa na e pela linguagem do sujeito.(http://www.ouviroevento.pro.br/teologicofilosoficos/pragmatica_estetica.htm)

Muitos já me pergutaram se sou favorável às igrejas tribais que aparecem com cada vez mais facilidade nos tempos pós-modernos. Sou favorável à verdadeira igreja como comunidade de amor cristão, afinal, se assumirmos essa verdade como característica única em nossas comunidades todas as tribos serão aceitas. Portanto, tatuados amem os ortodoxos assim como Ele vos ama. Cabeludos, amem os calvos como Ele vos ama Senhores e senhoras de extremo recato e pudor, amem e perdoem, pois essa é a razão de não serem consumidos e/ou desprezados.

Não precisamos de mais uma igreja para determinado grupo. Precisamos de determinação nas igrejas para que todos sejamos um grupo.

Em homenagem aos missionários do "submundo"...


Video: imagens do filme MOST - The bridge , editado por Angelo Fabricio
.
Musica: Human Holocaust
banda: ARNION
album: Fall like rain, 2008.
.
TRADUÇAO:
Sangue sagrado, sacrificio vivo
Holocausto humano, morte do sofrimento
Um homem na cruz por mim e por você
Seu passado encarnado, seu sangue derramado
Suas visceras em agonia, morte para o pecado
.
Holocausto humano, fonte de salvação
.
Sangue sagrado, ...
.
Holocausto humano, fonte de salvação
Holocausto humano, morte de cruz
Holocausto humano, morte do sofrimento
.


Aos amigos do "white metal" goiano...
Thiago Barbosa

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Teologia, Medo e Esperança - O Cristo pessoal

Hoje tenho medo. Medo de ter me tornado amargo ao perceber o mundo, que já não era tão colorido, perder o restante de suas cores já desbotadas e envelhecidas pelos milênios de perverção do que penso ser cristianismo.

Amargo por me assumir – mesmo que sem intenção – o acusador de todo um sistema que dia após dia se torna mais visível à minha ótica pessoal. Aqui tento me justificar, não no intuito de desmentir o que até agora foi dito e escrito, mas na espectativa de que entendam a posição que assumo não só nessas linhas, mas por todos os meus dias.

O que me rege é a paixão. Sei de onde vim, o que passei. Conheço o que são trevas e agora que vejo luz não há força que me aprisione novamente à escuridão. Conheci o evangelho não como dogma, mas como ressurreição. Sim, um linfoma de Burkitt (O Linfoma de Burkitt - anteriormente denominado Linfoma Não-Hodgkin de alto grau de pequenas células não-clivadas - é uma neoplasia de células B maduras altamente agressiva que acomete mais a faixa etária pediátrica, sendo endêmico em regiões africanas. É altamente agressivo, sendo tratado como um setenciamento à morte em meados da década de 80) assolou minha vida e recebi a notícia de que seria aconselhável que eu passasse meus últimos dias em casa. Lá se vão 24 anos dos meus “últimos dias”. O submundo de uma grande cidade me foi apresentado aos 12, e desse submundo eu fugi aos 18. Nesse intermédio conheci a religião, várias foram elas, confesso que levado por parentes na esperança de que eu fosse resgatado, no início da sentença de morte predita pelo linfoma, posteriormente na expectativa de que eu me tornasse socialmente aceito. Nenhuma dessas apresentações surtiu efeito, já que o único efeito foi o ceticismo religioso. Uma aparência religiosa com uma vida meramente vazia. Meu afã de gritar mediante esse blog vem do meu encontro – místico/cognitivo – com o Cristo dos sinóticos, o mesmo Cristo que em sua simplicidade prediz que só existe metanóia mediante amor.

Conheci a Cristo, ao menos o meu (aquele que é símbolo construído por mim e para mim) e diariamente medito no que tenho feito para o que me digo chamado. Meu interesse vem no intuito de que as pessoas que comigo pensam, lêem e refletem conheçam – por experiência pessoal – o “verdadeiro Cristo”, aquele que é apenas seu, fruto de consciência, meditação, busca suor, lágrima, vivência e esperança. Ao meu grito de clamor presente nestes posts – por vezes pesados e pesarosos – une-se a necessidade de bradar a um mundo adulto que o único sentido de se pensar cristianismo arreligioso, anti-catequético e adoutrinário é conhecê-lo na individualidade de seu ser.

Por tanto ao me tomar como maledicente, herege, subversivo ou iconoclasta anti-eclesiástico saiba que aqui há um coração que bate junto à boca. Aqui nessas palavras por vezes destruidoras e rudes há alguém ainda incompleto, na sua eterna busca.

Encontrei no poema de Gonzaguinha um suspiro das minhas/nossas intenções nesse pretensioso blog.

Sangrando

Gonzaguinha

Composição: Gonzaguinha



Quando eu soltar a minha voz
Por favor entenda
Que palavra por palavra
Eis aqui uma pessoa se entregando

Coração na boca
Peito aberto
Vou sangrando
São as lutas dessa nossa vida
Que eu estou cantando

Quando eu abrir minha garganta
Essa força tanta
Tudo que você ouvir
Esteja certa
Que estarei vivendo

Veja o brilho dos meus olhos
E o tremor nas minhas mãos
E o meu corpo tão suado
Transbordando toda a raça e emoção

E se eu chorar
E o sal molhar o meu sorriso
Não se espante, cante
Que o teu canto é a minha força
Pra cantar

Quando eu soltar a minha voz
Por favor, entenda
É apenas o meu jeito de viver
O que é amar




Na esperança que só o Cristo dá...

Thiago Barbosa

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Há esperança para a teologia brasileira?

Rubem Alves - o valor da repetição


A repetição produz conforto. Os crentes estão sempre em busca do conforto quando vão às igrejas aos domingos. A repetição conforta porque ela afirma a imutabilidade da verdade. E na medida em que a verdade dita no momento é a verdade que alguém já está acostumado a ouvir, cria-se a certeza de ser-se senhor da verdade.

Não é por acidente, portanto, que o protestantismo brasileiro não tenha produzido teólogos. Só pode haver vocações para tarefas possíveis. Quando tudo já está feito, como se sentir vocacionado para fazê-lo? Um jovem estudante de teologia procurou um dos seus professores para dizer-lhe de seus planos de ir para a Europa estudar teologia. E isto foi o que lhe foi dito: "Moço, para que estudar teologia? Não há novidades. A teologia só pode repetir aquilo que você já estudou aqui. Por que, em vez de estudar teologia, você não estuda psicologia pastoral?".

Quer isto dizer que no protestantismo não existe um estudo de teologia? De forma alguma. Desejamos simplesmente indicar que a teoria protestante de conhecimento não permite teologia como tarefa crítica, exploratória, criadora, pois isto pressupõe que o pensamento cristalizado no passado não é absoluto. A tarefa não é criar conhecimento novo, mas justificar o conhecimento velho. A teologia se define, portanto, como a aprendizagem dos processos dedutivos pelos quais o texto foi transformado em um sistema de doutrinas.

Rubem Alves em Religião e Repressão , Editora Teológica, p.139.


Espero ter força e perseverança para traçar meus próprios caminho, de forma que ao fim da jornada saiba que há suor, sangue e lágrimas nas minhas construções.

Até quando viveremos nas vãs repetições medievais que ainda insistem em reger o cotidiano da igreja como instituição? sim, como instituição, pois a igreja como comunidade é um ser metamorfo e recebe a forma que a ela damos. Seja a aparência boa ou ruim.

Thiago Barbosa

Entre o profundamente triste e o pofundamente lindo.

Um texto verdadeiramente lindo, representa em sua essência na eterna busca pela "vivência" total e completa de uma teologia que seja só nossa.

Digo que para aquele que se diz "professor" - com todo o platonismo que tal referência possa demonstrar - tem em tal texto o combustível de renovação e persistência no árduo caminho de permitir a fome sagaz do conhecimento.

Esse abaixo foi retirado do blog PERORATIO, prof. da FABAT, Osvaldo Luiz Ribeiro.
(http://peroratio.blogspot.com/2009/07/2009394-entre-profundamente-triste-e.html)

(2009/394) Entre profundamente triste e profundamente lindo


1. Sempre digo a meus alunos - "meus alunos" é uma expressão de todo infeliz, eu sei. Então, deixem-me recomeçar: sempre digo aos estudantes que vão às minhas aulas que o parto natural é uma experiência violenta, linda, mas violenta, significativa, mas violenta, a força, as forças, a dor, a força da mãe, a força da criança, os músculos que [quase] se rasgam, é impossível, não vai sair... e sai... A vida nunca é uma passagem suave: é sangue, é dor, é suor, é grito, é força... é nascimento, é alegria...

2. Então digo: não me venham para uma sala de aula, e de Teologia!, e minha!, querendo sossego e tranqüilidade, brisa suave e leve. Estejam prontos para a dor do parto, eu lhes digo, depois de a ter experimentado eu, na mesma sala, mas, então, como estudante.

3. Outro dia, uma estudante postou em Peroratio um comentário. Deu-me medo, um medo renovado, e reagi, dizendo-lhe desse medo, desse medo de não ter esse direito. Professor... obstetra... e o útero era-lhes tão confortável...

4. Pois bem, Harlyson Lopes reagiu à minha reação com um texto extraordinariamente profundo. Tristíssimo e belíssimo. Um encontro trágico e mágico entre dor e alegria, entre as dores do parto e a alegria do nascimento... mas um nascimento com passado doloroso, triste, irretornável, um fantasma eterno...

5. Julgue o leitor.


“Viviana, querida...
Começo (mas talvez seja o dia em si) a ter medo do que estou fazendo com vocês. Despertar a consciência não é coisa simples. Despertá-la, e deixar que caminhem sozinhos, é ainda pior. Temo não ter esse direito. Temo estar todo errado. Temo. No momento, sou um poço de terror por dentro... Pudesse, talvez eu me retirasse para o deserto, e morresse lá, e só, onde não poderia fazer mal algum, a ninguém... só a mim...
Osvaldo.”

Prof. Osvaldo,

Não sei se alguém já se atreveu a dar uma resposta diante de teu temor. Seria um atrevimento meu tentar escrever algo? Não sei. Pode ser que sim. Mas já não posso calar a voz que durante tanto tempo e por duros golpes foi silenciada. Amordaçada.

Tudo o que estiver escrito aqui será apenas minha opinião e de modo algum tentará abarcar as idéias de outros alunos seus.


Vou direto ao assunto. O direito que temes não ter.


Não acredito que qualquer pessoa tenha direito a despertar a consciência de outra, porque não é algo pelo que se pede. Aquele que é desperto não pediu pelo despertar. Talvez gozasse de agradável sonho e pouco desejasse acordar. Talvez sofresse de penoso sonho e buscasse desesperadamente acordar e, como nos pesadelos, não pudesse se mexer e o ar lhe faltasse. Mas seja qual for a situação, abrir os olhos de outro ainda é uma intromissão.

Quantos que agora estão despertos não gostariam de voltar a sonhar? Não é pelo desejo de voltar a sonhar que tantos seminaristas tapam seus ouvidos em tantas aulas, cerram os dentes e fecham os olhos para aquilo que está escancarado? Não é pela vontade de voltar ao sonho confortável que outros tantos ignoram as descobertas arqueológicas e a crítica textual?

Coitados. Foram despertos sem que pedissem por isso. E considero-os coitados, pois não enxergam que estavam a sonhar e não concebem a realidade de forma diferente do sonho. A realidade deles é tão quebradiça que a mais simples opinião contrária seria fatal. Daí surge os cegos que não vêem os fatos, os surdos que não escutam os argumentos desfavoráveis, os aleijados que precisam se apoiar em teologias duvidosas e fracas que, quando faltam, caem, pois não podem se manter sozinhos.

Pergunto-me se eles não percebem que seus perfeitos sonhos não são suas criações, mas apenas um cenário pintado por outro.

Eu vivi durante vinte e seis anos numa arte desenhada para me aprisionar. Era um sonho deleitável. Um dia a arte se tornou borrão e a paisagem se tornou tenebrosa. Existiam monstros no cenário e eu nunca havia percebido. O primeiro monstro quis devorar meu prazer por revistas em quadrinhos. Coisa fútil. Banal. Tanto problema me causou que abandonei as revistas. Não sabia que era um monstro. Estava disfarçado de “Homem de Deus”.

A certeza de saber que fazia a vontade divina me confortou.

O segundo monstro foi muito mais cruel. Tinha tal desejo de me sufocar que mirou a única mulher que amei. Ela não seguia a mesma religião que eu. A dela obviamente era errada aos olhos do monstro furioso. A jovem não me pedia nada a não ser que a aceitasse. Ela me incentivava a continuar na igreja. Mas o mostro exigiu que eu me apartasse dela. Eu vi isto acontecer e vendo não quis acreditar, pois disseram: “É demônio! É mal!”, mas, por fim, me afastei por não poder contrariar a voz divina.

A certeza de saber que fazia a vontade divina foi a única tentativa de conforto.

Peço-te licença para mencionar tua esposa. Tu tens Bel. Foram várias as vezes que o ouvi mencionar o amor que tens por Bel. Imagines que alguém te dissesse que não podes ficar com Bel porque ela não era da mesma religião que tu. Não era um conselho. Era uma ordem. Este monstro também estava disfarçado de “Homem de Deus”. Ele trouxe uma arma indefensável. Trouxe a “palavra de Deus”. Esdras capítulo 10 e Neemias capítulo 13...

Apenas contei esta história porque almejo fazer-te sentir como me senti. Absurdo. Não tenho tanta habilidade com as palavras.

Estou revolvendo para não dizer o que desejo, mas é preciso. Teres despertado minha consciência para perceber que aquilo que fiz não foi necessariamente a vontade divina, foi extremamente doloroso. Mais ainda do que tê-lo feito. Foi e é uma dor que me atingiu e atinge com tamanha violência que quis e quero chorar.

É exatamente para entenderes que teu temor é válido que escrevo este texto. Talvez tu estejas mesmo errado. Mas tu foste o primeiro que não se disfarçou. Foste o primeiro que não me pediu absolutamente nada. Olhou para minha turma e apenas nos considerou dignos de saberem que existia outra forma de sentir. Tu me apresentaste o cenário.

Agora posso escolher ficar no cenário em que nasci (Não. Nunca mais pretendo voltar a este) ou posso escolher um cenário pronto em algum lugar, seja de cegos, surdos ou aleijados. Ou, e esta é a única opção que me agrada no momento, posso viver a vida para assim construir o meu próprio cenário. Um cenário feito por mim. Com minhas mãos, meu suor e minhas lágrimas. Pode não ser a mais bonita paisagem. Mas será a minha visão.

Não tinhas o direito. Mas te agradeço. Muito obrigado. O que seria de mim se estivesses no deserto? Vinte e seis anos e apenas um contou o que deveria ser bradado por todos os lugares. Que a vida não se resume ao que disseram e que ninguém pode ser dono de Deus.


5. Um texto desses pagaria toda uma vida de professor. E, no entanto, faço-me saber que ele não reflete mais do que o natural. Se posso guardar alguma coisa dele, e o guardo, é aquela sensação de que não fiz mais do que minha obrigação, meu dever, nem mais, nem menos, e tê-lo feito não me acrescnta nada, absolutamente nada, conquanto me tira um peso daquele medo, que, contudo, permanece... Gigante, Harlyson sobe sobre a própria dor e grita tão alto, mas tão alto, que ela se transforma em eco, cada vez mais fraco, mas eterno. É a cura possível para a carne humana.

6. Obrigado, querido.



OSVALDO LUIZ RIBEIRO

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

MARX versus MÍDIA - IGREJA versus CRISTIANISMO

(partes em negrito - http://www.culturabrasil.pro.br/marx.htm)

Os comunistas querem acabar com toda a propriedade, inclusive a pessoal !

Você já deve ter ouvido isso... Em 1989, no Brasil, quando Lula quase chegou lá, seus adversários espalharam o boato de que as famílias de classe média teriam que dividir suas casas com os sem-teto... A bobagem é velha, de 150 anos. Marx e Engels responderam que queriam abolir a propriedade burguesa, capitalista. Para os socialistas, a apropriação pessoal dos frutos do trabalho e aqueles bens indispensáveis à vida humana eram intocáveis. Ao que se sabe, roupas, calçados, moradia não são geradores de lucros para quem os possui... O Manifesto a esse respeito, foi definitivo, apesar de a propaganda anticomunista e burra não ter lhe dado ouvidos: "O comunismo não retira a ninguém o poder de apropriar-se de sua parte dos produtos sociais, tira apenas o poder de escravizar o trabalho de outrem por meio dessa apropriação."

Os comunistas querem acabar com a família e com a educação !

Sempre há alguém pronto para falar do comunista "comedor de criancinha". Ao ouvir isso, não deixe de indagar se uma família pode viver com o salário mínimo, o pai e mão desempregados e uma moradia sem fornecimento de água e sem luz. E se uma criança pode ser educada para a vida numa escola pública abandonada pelo governo, que finge que paga aos professores e funcionários. Na sociedade capitalista a educação é, ela própria, um comércio, uma atividade lucrativa...

Marx tentou demonstrar que no capitalismo sempre haveria injustiça social, e que o único jeito de uma pessoa ficar rica e ampliar sua fortuna seria explorando os trabalhadores, ou seja, o capitalismo, de acordo com Marx é selvagem, pois o operário produz mais para o seu patrão do que o seu próprio custo para a sociedade, e o capitalismo se apresenta necessariamente como um regime econômico de exploração, sendo a mais-valia a lei fundamental do sistema.

Talvez uma das maiores revoluções com teoria social é a veiculação e distribuição da informação de forma igualitária e imparcial entre os cidadãos de um país. No Brasil tal princípio é ridicularizado. As conceções de meios de comunicação foram distribuídos sob formas totalmente enviezadas, a lisura e imparcialidade da comunicação se faz escrava de conceitos e paradigmas pessoais atrelados não só a políticos – mas eles sempre estão envolvidos – como também aos empresários que se utilizam desse importante meio para calcificar, catequisar e distorcer a possibilidade de interpretação bem como a explanação de nossas verdades e leituras de um cotidiano cada vez mais restrito e vazio.

“Globo e você, tudo a ver”! Infelizmente a mais pura verdade. Nossas percepções são as percepções de um faraó da mídia que emoldura nossos pensamentos e nos fazemos pecadores por negligenciar a verdade. Somos dirigidos a emitir as opiniões – que não são nossas efetivamente – mas são as permitidas por aqueles que nos transmitem a informação tendenciosa do dia-a-dia.

O SBT já abriu a “porta da ESPERANÇA”, mas a porta estava vazia, dá casas mas não ajuda a formar lares, dá dinheiro a um povo miserável – nem tanto financeiramente – mas miseráveis de leitura cotidiana.

FANTÁSTICO – o show da vida. Me pergunto se a vida de algum brasileiro é um show ou ainda é refletida veridicamente nesse programa, salvo as vezes em que a miséria do nosso país nos faz atores principais de um circo de horrores. Tráfico, pedofilia, assassinatos e corrupção. As notícias são verídicas mas o chamariz da vez é a vítima, nunca o culpados, afinal os culpados por inúmeras vezes estão atrelados aos proprietários dos meios de comunicação.

Nas batalhas travadas entre duas gigantes (da comunicação e do embrutecimento cognitivo) observamos a nitida confusão ao atrelarmos cristãos a isso que chamamos de mídia. Gosto da mídia, mas da livre, nunca da escrava do meio.

“A religião é o ópio do povo” – Corretíssimo mais uma vez sr. Marx. A religião faz com que as pessoas não vejam a manipulação que sofrem, mas não é assim com todos os que são dominados? Esse privilégio de disfunção cognitiva não é mais da religião é do capitalismo como via de regra. O meu desconforto fica ao cabo de os mesmos “bons protestantes” – que inevitavelmente estão atrelados a este lamaçal – opta pela fuga mediante a omissão. “Deus sabe de todas as coisas. Estejamos orando para que Deus faça sua vontade.” Fuga, sempre será mais fácil a omissão que a luta, mas o evangelho é liberdade, metanóia , coisas que a tempos não são repassados e transmitidos nos canais televisivos. O mesmo Deus que dá a benção deu também a ignorância e o cabestro. Que fique claro, o Deus deles. O meu só dá liberdade, liberdade eterna mediante a salvação e a verdade que d’Ele emana mediante nossas ações.

Cristianismo é METANÓIA e não salário.

Cristianismo é LIBERDADE e não mordaça.

Cristianismo é VERDADE, pois a verdade só tem um lado, o restante é mentira, mesmo sob disfarce.


Com metanóia, liberdade e verdade

Thiago Barbosa

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

A guerra midiática: GLOBO X RECORD

Além do Cidadão Kane é um documentário produzido pela BBC de Londres - proibido no Brasil desde a estréia, em 1993, por decisão judicial - que trata das relações sombrias entre a Rede Globo de Televisão, na pessoa de Roberto Marinho, com o cenário político brasileiro. - Os cortes e manipulações efetuados na edição do último debate entre Luiz Inácio da Silva e Fernando Collor de Mello, que influenciaram a eleição de 1989. - Apoio a ditadura militar e censura a artistas, como Chico Buarque que por anos foi proibido de ter seu nome divulgado na emissora. - Criação de mitos culturalmente questionáveis, veiculação de notícias frívolas e alienação humana. - Depoimentos de Leonel Brizola, Chico Buarque, Washington Olivetto, entre outros jornalistas, historiadores e estudiosos da sociedade brasileira. "Todo brasileiro deveria ver Além do Cidadão Kane"






A Rede Globo faz serias acusações sobre Edir Marcedo. "O Chefe da Record e proprietário da Organização Universal"



Reportagem especial da Rede Record atacando à Rede Globo.
O que originou esse ataque, foi o fato de no dia anterior, a Rede Globo ter veículado uma reportagem de mais de 10 minutos, segundo a Rede Record, tendenciosa e com o intuito de desmoralizar a emissora.




Você já escolheu seu lado? Eu sim, sempre escolho o meu. O meu lado é o que está a favor da minha consciência, ou seja, sumam com as duas manipuladoras. Afinal, manipulação é manipulação em qualquer instância e o evangelho - até onde penso - é liberdade e consciência.
A infelicidade fica na mistura do "símbolo Deus" nesse verdadeiro "pau de galinheiro".
Thiago Barbosa

terça-feira, 11 de agosto de 2009

O que são os relatos sapienciais?

Acho que o vídeo abaixo pode ajudar a ilustrar a idéia que temos dos textos de sabedoria e como eram aplicados no antigo Israel.




Caso ainda tenha ficado em dúvidas imagine que o sábio diria que só se pode adorar a Deus comendo seu pão diariamente, bebendo seu vinho com sinceridade e cercado de amigos e amando diariamente a mulher da sua mocidade.

Que bom seria se nos rendessemos à sabedoria...rs...

Thiago Barbosa

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Quando safados interpretam LC. 6-38

Chegando a Palmas nestas férias passei em frente de uma das quase infinitas igrejas Neo-Pentecostais e realmente me assustei com o título chamativo de uma de suas campanhas: "Passando por cima de tudo e de todos". Pensar apenas em prosperidade é por fogo no livro de Jó. É não assumir o ônus da cruz, se importando apenas com o bônus dos espólios da batalha.
.
Me pergunto qual o princípio cristão que rege uma campanha destas. Me assustei, visitando meus pais em goiânia me deparo com a última desses "cristãos da prosperidade", usando do texto exposto em Lc.6:38, líderes montaram uma espécie de pirâmide onde o fim seria passar-se por doação mútua o dinheiro. O nome do novo golpe seria "Corrente do benfício mútuo", mesmo assim caracterizado pela polícia civil e federal como estelionato - o famigerado golpe da pirâmide - tal golpe seria direcionado por alguns pastores de várias denominações com promessas de bençãos expostas e aplicadas ao texto acima citado.
.
Imaginem o constrangimento aos cristãos direitos que tambem pertencem a tais denominações. Infelizmente, nos momentos de acusação, todos somos colocados sem diferenciação nessa massa disforme dando o nome de evangélicos. Não seria a hora de voltarmos aos protestos do século XV e XVI? Nossos discursos religiosos representariam melhor a essência do cristianismo se voltássemos, com sinceridade e firmeza de carater, às SOLAS Luteranas (Sola Fide, Sola Gratia, Sola Scriptura, Solus Christus, Soli Dei Gloria)?
.
A resposta eu não sei, mas com certeza nos causaria menos contrangimento em nos assumirmos como cristãos protestantes do que evangélicos prósperos.
.
A notícia abaixo ventila o que se tornou o evangelho, bem como a importância de que se pense seriamente no tipo de discurso que tem sido feito em nossas congregações. O texto bíblico e sua interpretação teológica-científica-racional tem sido pormenorizado à luz do "sentimentalismo-achismo" de bandidos que se auto-denominam "ungidos do Senhor". Só se Deus agora está ungindo "contraventores".
.
Goiás intima pastores por suposto esquema de pirâmide
.
RUBENS SANTOS - Agencia Estado (http://www.estadao.com.br/noticias/geral,goias-intima-pastores-por-suposto-esquema-de-piramide,416107,0.htm)

.
GOIÂNIA - Um total de 18 pastores evangélicos foi intimado, pela Polícia de Goiás, a prestar depoimento amanhã (10) no inquérito que investiga um suposto esquema de pirâmide denominado Elite Activity. De acordo com o delegado Waldir Soares de Oliveira, titular do 22º DP da Vila Mutirão, região Noroeste de Goiânia, os religiosos estariam envolvidos na pirâmide, que entrou no País no ano passado."O esquema atraiu cerca de uma mil pessoas em Goiás, outras 72 mil pessoas em sete Estados no País e tem ramificações entre brasileiros que moram nos Estados Unidos", afirmou o delegado, que preside o inquérito.
.
Segundo ele, a Polícia Federal e a Interpol foram acionadas, na semana passada. Segundo ele, a Elite, empresa que supostamente administra a pirâmide, tem sede em Austin (Texas). Soares garante que todos os religiosos a serem ouvidos no inquérito, podem ser indiciados por formação de quadrilha, estelionato e crime contra a economia popular. Até agora, de acordo com a polícia, o grupo de pessoas supostamente lesadas estaria concentrado em Goiânia.
.
Consta no inquérito que o suposto esquema usa a Bíblia para tentar enganar as pessoas. No site em português www.eliteactivity.com.br, os organizadores do "Elite Activity" garantem que o sistema de doação não é uma pirâmide, mas "uma crença nascida da tentativa de partilhar". Isso significa, segundo a Elite, o direito do indivíduo de dar e receber doações.
.
O direito à abundância da Elite resultou, na semana passada, na prisão em flagrante de um pastor, Elias Pereira de Deus, e um diácono, Geraldo Alves de Carvalho, no 22º DP. Eles atuavam, segundo a polícia, num dos bairros mais pobres de Goiânia, o Jardim Primavera, e teriam convencido mais de 300 pessoas para aderir ao esquema. Pelo sistema de "doações" de R$ 200 em dinheiro, cada participante deveria convidar mais duas pessoas que, por sua vez, chamariam outras duas. Na multiplicação da base, cada cabeça receberia oito vezes o valor investido graças ao "círculo de abundância". O sistema, em ciclos, também possibilita a cada "membro" mudanças de ciclos de doações, num total de sete, com valores variando entre R$ 100 a R$ 500. "Para cada uma das sete doações há oito doações a receber", indica o site. "A promessa é que, no final de cada ciclo, o participante receberia até R$ 568 mil", disse o delegado.
.


Márcio Leijoto - Direto de Goiânia (http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI3913186-EI5030,00.html)
A polícia civil já tem o nome de 20 pastores evangélicos suspeitos de atraírem fiéis em Goiânia para um golpe da pirâmide conhecido como "Elite Activity". Um deles foi preso na quarta-feira e outro foi ouvido na manhã de ontem. Os outros, citados nos depoimentos de mais de 30 vítimas ouvidas pela polícia nas últimas duas semanas, devem ser convocados para depor nos próximos dias.
.
Para atrair as pessoas, os divulgadores usavam trechos da Bíblia e convenciam os fiéis de que a pirâmide era uma forma de ajudar os próximos e ser recompensado por Deus. O Elite Activity, segundo a polícia, surgiu no Estado do Texas, nos EUA, e veio para São Paulo há um ano. Teria feito aqui no Brasil mais de 70 mil vítimas em onze Estados.
.
O esquema chegou à capital há quatro meses e teria atraído mais de 1 mil pessoas. Para se ter uma idéia, o pastor Elias Pereira, 46 anos, e o diácono Geraldo Alves de Carvalho, ambos da igreja Assembléia de Deus, admitem terem atraído mais de 300 pessoas. O primeiro teria faturado R$ 4 mil em um mês. O diácono diz ter ganho R$ 2,5 mil no mesmo período.
.
Ontem a polícia ouviu o mototaxista Weder Rodrigues Cordeiro, 33 anos, apontado como um dos principais multiplicadores do Elite Activity em Goiânia. Ele admite ter entrado na pirâmide, mas como vítima. A polícia, entretanto, tem contra o mototaxista o testemunho de outros participantes que o apontam como quem ia às igrejas evangélicas fazer palestras para formar novos grupos.
.
O pastor Natanael Crisóstomo Sobrin, da Assembléia de Deus, também foi ouvido pela polícia e confirmou envolvimento dele e de outras pessoas no Elite Activity, a qual ele chama de "corrente da prosperidade". Na próxima semana, a polícia vai ouvir dois irmãos apontados como os responsáveis por trazer o golpe para Goiânia.
.
Como funciona - Em uma primeira etapa, a vítima é convidada a entrar com R$ 200 e tem de chamar mais pessoas até formar um grupo de oito. Ao final ciclo, conseguia R$ 1,6 mil. Depois, entrava com mais dinheiro, atraía mais pessoas e, em tese, tinha um retorno financeiro ainda maior. No final de todas as etapas, era prometida uma recompensa de até R$ 580 mil.
.
"No começo todo mundo ganhou dinheiro, mas depois só esse pessoal que divulgou o golpe é que passou a faturar. As pessoas da base não recebiam e vieram denunciar", explica o delegado Waldir Soares de Oliveira, do 22º DP (Jardim Curitiba), responsável pelas investigações.
DiscussãoO delegado chegou a discutir, pela imprensa, com o vereador Simeyzon Silveira (PSC), filho do líder do Ministério Luz para os Povos, Sinomar Fernandes da Silveira por causa do suposto envolvimento de vários pastores desta igreja no golpe.
.
O delegado afirma que foi num dos templos deste ministério que a pirâmide ganhou força, mas diz que não há como afirmar que houve conivência da instituição. Já Simeyzon criticou o trabalho de Oliveira no plenário da Câmara na sessão de quinta-feira, quando o golpe foi destaque na mídia local. Na próxima terça-feira, o delegado vai à Câmara para conversar com os vereadores.
O golpe tem sido disseminado entre fiéis de pelo menos seis ministérios: Assembléia de Deus, Luz para os Povos, Rocha Viva, Nas Asas do Altíssimo, Igreja de Deus, Batista e Rio da Vida. Os convites são feitos por meio de palestras dadas para os fiéis ou pelos próprios fiéis a amigos e familiares. Há relatos de pessoas convidadas em seus locais de trabalho ou na rua, em bairros periféricos.
.
"Todo mundo sabia"Uma fiel da Luz para os Povos, no templo localizado no Parque Amazonas, diz que o Elite Activity era conhecido por todos ali e que desde que começou a ser divulgado por alguns pastores, há quatro meses, causou divergências entre os fieís. "Teve gente que chegou a sair da igreja por não concordar com isso", afirma.
.
Ainda segundo essa fiel, que pediu para não ser identificada, havia reuniões periódicas nas quais pastores e convidados davam palestras explicando o funcionamento da pirâmide. "A gente era convocada durante os cultos, mas as reuniões aconteciam em outro horário".
Uma outra fiel do Luz para os Povos, que também pediu para não ser identificada, cujo irmão frequenta o mesmo templo, disse que todos na família entraram no Elite Activity, e todos ganharam dinheiro, no mínimo o suficiente para cobrir o que deram de entrada. "Eu dei R$ 200 e ganhei R$ 200. Mas o negócio já estava parando porque as pessoas não tinham mais ninguém para convidar".
.
O delegado do 22º DP diz que é neste templo - com mais de 4 mil fiéis - que se concentra até agora o maior número de suspeitos ¿ 12 pastores. Em nota à imprensa, o líder da Luz para os Povos nega o envolvimento de qualquer pastor no esquema com o conhecimento do ministério.
Por enquanto, quatro pessoas foram indiciadas por estelionato, formação de quadrilha e crime contra o sistema financeiro. Entretanto, o delegado recebeu informações de que ainda há convites sendo feitos para novos ingressos no esquema. "Me falaram que haveria uma reunião com mais de 500 fiéis neste fim de semana", disse.
.
Creio que devemos voltar a pregar sobre Jó em nossas igrejas...
.
Thiago Barbosa