Nesse momento de “primeiro-anista”, creio que os dias vividos jamais voltarão...
Interessante que a certeza desse pensamento nos traz em primeira instância nada mais que desolação, medo e angústia. O medo de que o erro não poderá ser manipulado ao acerto. O fato de que a palavra lançada jamais voltará. Não como foi lançada, pois todo lançamento ocasiona desprendimento.
Hoje fomos lançados, na internet, nas palavras, nos estudos, no mundo. E por mais psicótico que nos tornemos a água fluvial que é nossa vida não reprisará este momento, portanto, não me atenho a estudos, mas dilacero, ou tento, sempre meu coração nessas linhas para que elas expressem no passar dos anos a construção de um ser.
Cristianismo é se abrir pra mudança realizada por Cristo. Na certeza de que o retorno ao "velho" é impossível e na esperança de que o "novo" seja o próprio Cristo. Que bom, é poder se moldar. É a única possibilidade de que tudo um dia faça sentido na psicose diária do viver. É viver em dois mundos, o mundo que cobra as realidades "românticas" e viver o principio do romance.
Cristianismo é essência, aroma, fragrância, suspiro, respiro, anseio e esperança N'aquele que é, que foi e que "paulinamente" haverá de vir.
Essa essência é a donzela de nossos olhos, teólogos de primeira viagem, neófitos que ainda anseiam pelo leite materno, pela voz protetora do pai, pelo afago gostoso dos tios ou pelo primeiro beijo da mulher de uma vida inteira. A busca por tudo que realmente vale a pena buscar. É a beleza da racionalidade pelos preceitos da "pessoa-Deus" Jesus Cristo.
Infelizmente, vivemos tempos de guerra. A essência, menina de “meus” olhos foi estuprada, vilipendiada, cuspida, escarrada e escarnecida quando estranhos a ela se aproximaram no intuito de exercerem domínio sobre ela. Sim a essência cândida de nosso cristianismo foi tocada por mãos vis.
Ah minha senhora! O que fizeram contigo? Agora só me resta limpar-te, lhe entregar o meu melhor e permitir que possas voltar à inocente essência que fostes no dia da criação, quando emergiu da mente do FILHO de Deus. Não como religião, judaica ou não, mas como metanóia e novos paradigmas.
Thiago Barbosa
O Cristianismo seria apenas a própria usurpação político-religiosa, ora legitimada e institucionalizada por meio da violência física e ideológica no decorrer dos séculos?
ResponderExcluirO centro do cristianismo é a figura de Jesus. Mas tanto Jesus, quanto Maria, os apóstolos, os primeiros mártires cristãos e as massas que se convertiam eram todos judeus. Estes freqüentavam o templo, as sinagogas, cumpriam os ritos judaicos e guardavam a Palavra de Deus, que foi toda escrita por meio deles. O Cristianismo, inicialmente, era espécie de seita judaica, que nasceu em Israel... Representava o movimento daqueles que acreditavam no Cristo, ou seja: no messias do Judaísmo. Logo, não era uma religião autônoma e tampouco tinha a simpatia ou a aprovação de Roma. Herodes, o governador romano, havia sido o primeiro a tentar exterminar Jesus, fazendo com que milhares de meninos judeus morressem, pois já temia que ele fosse o prometido messias, reis dos judeus, que viria libertar o povo da opressão. Ou seja, Roma não queria o messias judeu, assim como Pilatos, igualmente romano, também não livrou Jesus da sentença de morte.
A partir de maio de 66 d.C. os romanos resolveram exterminar totalmente os judeus e Tito iniciou um cerco de 5 meses a Jerusalém: crucificaram multidões de judeus, formando uma vasta floresta de cruzes ao redor da cidade; abriram o ventre deles à espada, procurando supostas moedas de ouro; a peste e a fome exterminaram outras centenas deles; e ao serem destruídas a Cidade-Santa e o sagrado Templo de Salomão, havia mais de 1 milhão de mortos... Desde o Imperador Nero (54 d.C. a 68 d.C.) até Diocleciano (284 d.C a 305 d.C), os judeus sofreram 10 grandes perseguições romanas: a cada ataque eram costurados em peles de animais selvagens e lançados aos cães para serem devorados; jogados aos leões; encharcados de cera inflamável e atados aos postes como tochas humanas... Na última perseguição, em 23 de fevereiro de 305 d.C., o povo judeu teve orelhas e nariz cortados, o olho direito arrancado, membros inutilizados, corpo queimado a ferro, e suas riquezas confiscadas...
No entanto, somente em 313 d.C., num estratégico ato de usurpação religiosa, o imperador romano, Constantino, oficializou o Cristianismo em Roma, tornando-se o supremo mediador entre Deus e os homens... Em 380 d.C., o tirano imperador Teodósio também forjou sua conversão e instituiu a Igreja Católica Apostólica Romana como religião oficial, assumindo o seu controle para exercer a dominação ideológica, a apropriação de riquezas e a expansão política do império... Ou aceitava-se passivamente o Cristianismo ou tornava-se mártir, levando milhares de judeus às trágicas torturas e às fogueiras da Santa Inquisição: pequenas labaredas até a altura dos joelhos, onde eram lentamente assados, por 3 ou 4 horas, até que morressem... Em 1905 o papa Urbano II formou um exército libertador da Terra-Santa: arrastavam os judeus para serem batizados à força, torturando e matando cruelmente os que se recusavam. Até 1291, as 9 cruzadas católicas incendiaram várias sinagogas em Jerusalém, todas abarrotadas de judeus, pois queriam varrer do mundo os “assassinos do Filho de Deus”.
Em 1340 e 50, em mais de 350 cidades, também sob a influência do Cristianismo, os judeus foram mortos a pauladas, afogados, enforcados... acusados de serem responsáveis pela peste negra que estava dizimando um terço da população européia. Entre 1881 e 1918, no Império Russo, sob influência da Igreja Ortodoxa, as massas alucinadas deram início a um poderoso genocídio denominado “pogrom”, onde exterminavam deliberadamente os judeus: tiravam suas peles e jogavam a carne aos cães; arrancavam mãos e pés até que morressem; rasgavam as crianças pelas pernas; assavam os bebês e obrigavam as mães a comerem; abriam o ventre das mulheres grávidas, arrancavam os e fetos batiam com eles na cara das mães...
A partir de 1933, numa Alemanha nazista e majoritariamente luterana, onde muitos protestantes transformaram suas cruzes em suásticas, Hitler promoveu o mais terrível holocausto: os judeus eram mortos por fuzilamento e na câmara de gás. Até seus óculos, sapatos, roupas, bens pessoais, eram revendidos... Os dentes de ouro de suas bocas eram arrancados para feitura de jóias, seus cabelos utilizados na fabricação de colchões, sua gordura para a produção de sabão... e as cinzas de seus corpos, como estrume. O Dr. Mengele ainda usava judeus vivos como cobaias humanas, fazendo amputação de membros e órgãos, injetando vírus e produtos químicos... 1500 sinagogas foram incendiadas e mais de 6 milhões de judeus, incluindo 2 milhões de crianças, foram executados com requintes de crueldades...
Em outras palavras, Roma foi a primeira a tentar assassinar Jesus e a persistir na missão de exterminar a religião dele e de seus apóstolos, o judaísmo – a única com legitimação bíblica. Mas para quê? Apenas para fazer brotar uma nova religião universal: a Igreja Católica Apostólica Romana, que tinha por finalidade dominar o mundo? Ora, realmente a Igreja alcançou seu intento e escravizou o ocidente por quase 2 mil anos, instituindo as Cruzadas, a Santa Inquisição, a Reforma e a Contra-Reforma, que tornaram-se os marcos sangrentos da Idade das Trevas. Assim, as maiores atrocidades humanas ocorreram em nome de Deus e através de um Cristianismo usurpador e politicamente institucionalizado, que não observou as legítimas raízes e leis judaicas, tampouco aplicou o amoroso ensinamento de Jesus no processo de catequização e aculturação dos povos. Perdeu totalmente sua essência e forjou uma pseudo-religiosidade.
Mas, ignorando todas estas hediondas questões de cunho genuinamente político, refaço a pergunta aos demais leitores: Então, o que é, ou o que deveria ser o Cristianismo?
Autor: Tav.