O autor inicia expondo a notável importância que o método histórico critico teve no desenvolvimento de uma pesquisa bíblica série e expõe a teorização dos três termos que compõem e formam o nome dessa metodologia exegética.
O método é a possibilidade de revisitar e reprisar o desenvolvimento de uma determinada pesquisa. Sua descrição assemelha-se à apresentação de David Hume sobre o empirismo e mostra a importância de que, utilizando-se os mesmos métodos propostos, possamos alcançar os mesmos “resultados”, o que caracteriza o alto teor de cientificismo necessário para o desenvolvimento do método. Já no aspecto histórico, vemos a necessidade de se “ler” e “interpretar” o texto bíblico com os critérios peculiares do tempo de escrita e leitura, a interpretação própria dele. Deve haver o cuidado de não acessar o texto passado com os olhos atuais, mas sim buscando a realidade que emerge da aplicação histórica na comunidade em que se estuda. De certo modo é a tentativa de preservar a intenção do autor e a intenção do leitor. A crítica é a perspectiva de remontar valores, estabelecer distinções e, com base nelas, poder tecer julgamentos a respeito do texto, eventualmente o próprio exegeta está imerso em valores pessoais que deixa contaminar o estudo textual em desenvolvimento. Assim, todo método nasce ligado aos cordões das pré-compreenssões culturais.
Como toda metodologia, não sendo diferente com o método histórico-critico, há condições limítrofes. Entre as quais são citadas: 1) a dificuldade de estabelecer relação com outros resultados válidos; 2) a disparidade entre as propostas da metodologia quanto ao texto bíblico, e sua “releitura histórica”, em relação com a proposta mítico-religiosa para com o texto bíblico e sua realidade salvífica; 3) a incapacidade de aproximação entre texto e leitor em um âmbito atualizado.
No aspecto da práxis usual da metodologia exegética histórico-critica, o autor assemelha-se a Gehard Haesel em sua obra sobre a metodologia do Antigo Testamento, o termo “método histórico-crítico” ganha uma conotação de hiperônimo, sendo constituído por uma gama de outras propostas metodológicas que sustentaria esse gênero metodológico maior. Desta forma, a crítica da constituição do texto, a crítica da redação e da composição, a crítica da tradição e das fontes, entre outras. Todas são hipônimos em relação ao hiperônimo que é o método histórico-crítico.
Fabio Py Murta de Almeida, em comunicação feita no IV Congresso Internacional de Ciências da Religião aponta para uma necessidade de repensarmos o termo hiperônimo método histórico-critico e, com base em propostas de escolas da história, caminharmos futuras pesquisas usando termos como: 1)método histórico-redacional; 2)método histórico-social; 3) método histórico-cultural. Apoiado em eruditos como Klaus Berger, Rainer Kessler e Paul Ricouer.
Thiago Barbosa
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