A arte de pensar livremente

A arte de pensar livremente
Aqui somos pretensiosos escribas. Nesses pergaminhos virtuais jazem o sangue, o suor e as lágrimas dos que se propõem a pensar com autonomia. (TeHILAT HAKeMAH YIRe'aT YHWH) prov 9,10a

sábado, 13 de novembro de 2010

A pedidos de Teresa Akil: Meditando sobre o "o temor de YHWH"

“O temor de Javé é o princípio do saber, porém os idiotas desprezam a sabedoria e a disciplina”.

1 – A pessoa não deve se contentar com o que sabe, mas transformar o próprio saber em busca e abertura para um saber maior, que traga realmente mais vida para sai e para os outros.

O contentamento com o que se sabe é o desprezo pela própria busca da vida. O ser humano deu-se como grandeza orgânica por sua busca por interação e conhecimento de todo o ambiente que o cerca. De igual modo as relações humanas se desenvolveram na expectativa de que todas as interações entre os humanos os fizessem conhecer ao outro (próximo) de modo a compreendê-lo e ajudá-lo. Assim, contentar-se com o conhecimento que já se tem é assumir a limitação de sua busca pela compreensão e auxílio ao próximo. Utilizando da metodologia alegórica para interpretar o verso “ama ao teu próximo como a ti mesmo”, notamos que se ater ao conhecimento que se tem e negligenciar a busca pelo conhecimento do próximo é negligenciar a recomendação de Jesus nesse mesmo verso e, de igual modo, negligenciar a urgência humana de estabelecer a busca de interação com o semelhante e assim conhecê-lo, percebendo uma expansão de horizontes das nossas possibilidades. A visão de mundo que outrora se mostrava embrutecida, diminuta, enviesada, agora com a perspectiva holística da busca pelo conhecimento, vemos um mundo aberto, colorido, em plena expansão, com a percepção de vida que vem do próximo.

O temor de Javé, ou, a reverência quanto aos princípios de Deus, mostra-se caminho unidirecional para a o conhecimento do próximo, ou, é o princípio do saber. O mundo abre-se sob a reverência que direciona a busca pelo conhecimento. O saber torna-se a própria divindade ordenadora do mundo, sob ela, o caos social que eventualmente se levanta frente às hordas de violência são aplacadas. O ódio se esgota com o conhecimento pleno do fôlego divino no outro humano. É o conhecimento que permite ao homem concluir-se como parte formadora e integral de um mundo que se esvai sob os perigos das catástrofes ecológicas e, esse mesmo homem, dispõe-se a entender, interpretar e agir mediante o caos que se instala climaticamente. No mundo, o conhecimento se mostra como ordenadora do caos social instalado, e, na percepção de que somos todos e tudo o mundo, e, portanto, reverenciar os princípios de Deus (Javé) é o início do conhecimento (saber).

Javé e saber, Deus e conhecimento; quando percebermos que uma grandeza (divindade) não exclui – necessariamente - a outra, perceberemos quanto tempo perdemos, quanto conflito geramos, quanto suor vertemos, quanto sangue derramamos, por apenas sermos tolos em não percebermos o conhecimento e, o fôlego divino, que emana do nosso co-igual humano. Seja qual for; de onde for e, como for.


Thiago Barbosa

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