A arte de pensar livremente

A arte de pensar livremente
Aqui somos pretensiosos escribas. Nesses pergaminhos virtuais jazem o sangue, o suor e as lágrimas dos que se propõem a pensar com autonomia. (TeHILAT HAKeMAH YIRe'aT YHWH) prov 9,10a

sexta-feira, 11 de junho de 2010

YES, nós temos morfina!

Iniciaram-se os jogos da COPA AFRICA 2010. Serão aproximadamente 30 dias de morfina pura, ao menos para os brasileiros “natos”, que respiram e arfam futebol num resquício de ufanismo ditatorial apreendido nos idos de 60-70. Mas se tem que vir, venha a morfina, em doses cavalares. Ela, logicamente, necessária e eficaz. Em um mundo brasileiro onde a desesperança, desconfiança e desprazer perfazem a visão ampla do ser humano, no âmbito da visão mínima nos resta a morfina “futebolesca”. E ela jaz à porta, em doses cavalares, dopando-nos até a alma. Levando-nos a esquecer das dores do dia-a-dia, lembrando-nos de que há esperança, de que estamos inseridos no mundo e que, principalmente, o mundo nos vê e para este mundo0 temos uma relevância imprescindível.

Graças damos aos analgésicos e a fuga que estes nos propõem às dores que emanam da vida, mas, até mesmo as dádivas do torpor podem, quando mal administradas, tornarem-se reduto de morte, guiando-nos ao torpor eterno, à morte.

Percebo, já embriagado pelos jogos iniciados e o discurso alusivo ao apartheit, suas lutas, líderes e vitórias na AFRICA, que este ano serão as eleições em nosso país. E mais, a próxima FIFA WORLD CUP realizar-se-á no Brasil. O que farão nossos representantes com a sagrada morfina dos brasileiros? Talvez ela seja mais uma vez ministrada no intuito de minimizar as dores do cotidiano do nosso povo, sofrido como o africano (salvo as devidas proporções e motivações). Mas, quando se falta caráter, ética, respeito, dignidade, só nos resta temer pelo uso da morfina como fonte de morte prematura. Espero que nos permitam o uso da morfina brasileira nesse ano de eleições presidenciais, sem o temor de morrer por não estar atento aos representantes-ministradores do nosso “santo” analgésico.



Thiago Barbosa

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