O OLHAR E O TEMPO
O Tempo, grande tutor
que em seu labor ensina o olhar.
O olhar para a vida, minha, incompreendida.
Tenha, vida; esperança! Que o tempo passa e ensina
o que o olhar percebia, o tempo transforma.
Faz ver o que importa:
a aparência real da vida.
Arte não é para todos! Não? Se se diz que arte não é para todos, todos que a acessam são super-homens. Não creio que Zaratustra tinha preferências em seu convite para se tornar um super-homem. Basta olhar para si e perceber que se é cria do tempo, aluno dele. E assim, olhando, descobre-se um punhado de coisas que são suas, muito suas. A arte como a religião, a cultura, tudo está lá, dentro do homem, esse, percebendo-se como sujeito, agente, homem, é super, tem poderes, é mágico. Mas como se descobre homem, ou super-homem? O tempo. Ele corre e, em sua corrida, sopra o vento da percepção que começa como uma brisa no rosto do jovem que sente a percepção aumentando e, aumentando também vai a noção do real, da vida real, das coisas de homem.
Acho que o tempo amadurece o sujeito, e esse, passa a se expressar como terreno, andar como terreno, homem do mundo. Conhece seus limites ao mesmo tempo em que os transpõe. Percebo hoje o real como real. A magia da infância transforma-se. Se antes não sentia dores, hoje as sinto e sinto realmente. Mas a magia não era mentira, era verdade, hoje, porém, transformou-se em força que cria possibilidades. Tudo culpa do Tempo. Então posso. Posso expressar-me de forma humana e, a arte é humana, tão humana que só os humanos a produzem, linguagem que vem de dentro, mais do que imagem, ser. Fiz, então, essa produção humana acima, pois o tempo tem me ensinado a ser homem.
Jonathan Douglas Pereira
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